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Rommel assume o comando das tropas alemãs
Rommel assume o comando das tropas alemãs

12 de fevereiro (1941) | Rommel assume o comando das tropas alemãs que avançam sobre o norte da África

Rommel chega a Trípoli (Líbia) em 12 de fevereiro de 1941. Os britânicos estavam prestes a expulsar os italianos de seu território colonial, já tendo tomado Tobruk, Derna, Benghazi, a capital da Cirenaica, e El Agheila, à entrada da Tripolitânia.

Os italianos imploraram a Rommel que salvasse Trípoli. Mas Rommel planejava algo mais ambicioso e, no dia 19 de março, viaja até o quartel-general do Führer para receber de Hitler as Folhas de Carvalho para a Cruz de Cavaleiro por seus serviços na França. Alguns dias depois ele recebe instruções para preparar um plano para reconquistar a Cirenaica.

Rommel chega a Trípoli em 12 de fevereiro de 1941
Rommel no comando do DAK

No dia 31 de março Rommel atacou. Obrigou os britânicos a abandonar todas as suas posições até perto de Tobruk. Não foi mais longe por falta de suprimentos e gasolina. O comandante inglês Auchinleck advertiu a seus comandantes subordinados: “Nós falamos muito de nosso amigo Rommel”. Queria que suas tropas deixassem de considerá-lo um mago ou demônio, mas simplesmente como um general alemão comum. Obviamente, esse não era o caso.

– Os melhores resultados são obtidos pelo comandante cujas idéias se desenvolvem livremente… As decisões ousadas e arriscadas constituem uma promessa de sucesso… A rapidez é tudo…

Estas frases resumem a personalidade do Marechal Erwin Rommel. Comandante audaz, suas brilhantes ações militares nas areias da áfrica do norte constituem um exemplo clássico da técnica revolucionária da guerra relâmpago.

Transcrevemos uma série de reflexões redigidas pelo o próprio Rommel, nas quais expõe as ideias e métodos que constituíram o segredo das suas vitórias.

“As batalhas que tem por objetivo a destruição do poder de resistência do inimigo devem ser encaradas como batalhas de desgaste. Na guerra motorizada. O desgaste material e a desorganização da coordenação orgânica do exército adversário devem ser o objetivo direto do planejamento. Taticamente, a batalha de desgaste é travada com o máximo de mobilidade possível. Os seguintes pontos merecem especial atenção:

A – Devemos tratar de concentrar os próprios efetivos, tanto no espaço como no tempo, enquanto se tenta, simultaneamente, dividir as forças adversárias e destruí-las em diferentes momentos.

B – As linhas de abastecimento são particularmente vulneráveis, dado que todos os combustíveis e munições, matérias necessárias para a batalha, tem de passar por elas. Em conseqüência devemos proteger as nossas, por todo meio possível e tratar de desorganizar, ou melhor, interromper, as do inimigo. Operações contra os pontos de abastecimento do adversário obrigaram ao inimigo imediatamente a interromper uma batalha em qualquer outro ponto, pois, como já se demonstrou, os abastecimentos são à base da eficiência combativa e devemos sempre dar-lhes prioridade de defesa.

C – Os componentes dos tanques são a coluna vertebral de um exército motorizado. Tudo se concentra sobre eles; as outras formações são somente auxiliares. As operações de desgaste contra as unidades de tanques inimigas tem de ser realizadas, portanto dentro do possível, pelas nossas próprias unidades destruidora de tanques. Nossos tanques poderão então desferir o último golpe.

D – Os resultados dos reconhecimentos devem chegar ao comandante no mais curto prazo possível, e ele deve, adotando decisões imediatas, colocá-las em execução sem a menor tardança. A rapidez das decisões do comando decide a batalha. Portanto, é essencial que os comandantes de forças motorizadas estejam mais próximo possível de suas tropas, e em estreita ligação com eles.

E – A rapidez dos nossos movimentos e a coesão orgânica das unidades são fatores decisivos, e requerem especial atenção. Todo sintoma de confusão deve ser enfrentado com a maior rapidez, assegurando a urgente reorganização.

F – Disfarçar as nossas intenções é de maior importância, a fim de conseguir condições de surpresa para nossas operações, e capacitar-nos para explorar o máximo o tempo requerido para reação do inimigo. Deve-se fazer ampla utilização de ações simuladas de toda espécie mesmo que seja somente para que o comandante inimigo fique inseguro e se veja obrigado a proceder com cautela e, consequentemente, com vacilação.

G – Assim que o inimigo tiver sido batido completamente, deve-se tentar explorar a vitória, submetendo e destruindo grandes grupos de suas forças desorganizadas. Aqui novamente, a rapidez é tudo. Não se deve dar jamais tempo para que o inimigo se reorganize. O reagrupamento rápido para perseguição, a organização veloz de abastecimento, são fatores essenciais para as forças atacantes.”

Sob o aspecto técnico e da organização os seguintes pontos merecem atenção especial, nas operações no deserto:

“I – Do ataque deve exigir-se, antes de tudo, facilidade de manobras, velocidade, e um canhão de longo alcance, dado que o lado que tiver o canhão mais poderoso terá o braço mais comprido, e poderá atacar antes que o adversário. Não compensa preocupar-se demasiadamente com a espessura da blindagem, pois esta só se obtém expensas da facilidade de manobras e da velocidade, estes sim, requisitos táticos indispensáveis.

II – A artilharia deve ter, assim mesmo, longo alcance e, antes de tudo, o mais alto grau de mobilidade, e munição em grande quantidade.

III – A infantaria serve somente para ocupar e manter posições destinadas a impedir que o inimigo realiza operações determinadas, ou para obrigá-lo a executá-las. Uma vez conseguido tal finalidade, devemos poder mover rapidamente a infantaria, e empregá-la em outro ponto.

Portanto, deve ter a mobilidade e ser provida de equipamentos que possibilitem a tomada de posições defensivas, em pontos taticamente importantes do campo de batalha.

Minha experiência pessoal é que as decisões ousadas e arriscadas constituem a melhor promessa da vitória. Há uma diferença entre ousadia tática e aventura militar. Uma operação ousada é aquela que só tem uma probabilidade de êxito, mas que, em caso de falhar, nos deixa com suficientes forças a mão para fazer frente a qualquer situação.

Correr um risco, por outro lado, é uma operação que pode conduzir a vitória, ou a destruição das próprias forças. Uma das primeiras lições que aprendi, por experiência própria, nas operações bélicas motorizadas, foi que a velocidade da ação e a rapidez de reação do comando são fatores decisivos. As tropas têm que estar preparadas para operar na maior velocidade e em completa coordenação.

Não nos devemos satisfazer, nestas eventualidades, por um rendimento normal, mas sim tratar de obter o máximo, dado que o exército que fizer o maior esforço será o mais rápido, e o mais rápido é o que ganha a batalha.”.

Fonte: DefesaNet