Grabe (2012) sugere a publicação do primeiro número da revista Language Learning: A Journal of Applied Linguistics, em 1948, como uma das possíveis origens da LA. Naquela época, o termo referia-se à aplicação de teorias linguísticas principalmente ao ensino de segunda língua, e, em menor escala, ao ensino de língua materna (Cavalcanti, 1986). Segundo Hass (1953, apud Schmitz, 1992), a LA se dedicaria: (i) ao ensino de línguas, (ii) à aprendizagem de línguas e (iii) à descrição linguística. Já na década de 1960, houve uma ampliação da área que abarcou questões de avaliação de linguagem, políticas linguísticas e o então novo campo de aplicação de aquisição de segunda língua (SLA), com foco prioritário na aprendizagem.
Na década de 1970, a LA ampliou-se para englobar multilinguismo, direitos de minorias linguísticas e formação de professores. Foi nessa década, especificamente em 1971, que Celani fundou o primeiro programa de pós-graduação em LA no Brasil, na PUC-SP (Silva, 2015).
Nos anos 1980, houve o entendimento de que a LA trabalha com contextos sociais situados, havendo, portanto, a percepção da importância da análise de necessidades e soluções pensadas para contextos específicos. Além disso, houve o reconhecimento de que não há uma disciplina única que possa fornecer todas as ferramentas e recursos para abordar problemas de linguagem do mundo real.
Ler os posts anteriores e complementares: O que é a linguística aplicada? e O que a linguística aplicada estuda?
Capítulo escrito por Simone Sarmento é professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenadora do Programa de Pós-graduação em Letras da mesma universidade. É bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq nível 2.
Livro A Linguística hoje: múltiplos domínios organizadores:
Gabriel de Ávila Othero é professor de Linguística de graduação e pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É autor do livro Teoria X-barra, coautor de Conceitos básicos de linguística: sistemas conceituais e Conceitos básicos de linguística: noções gerais e Para conhecer sintaxe, além de coorganizador de Sintaxe, sintaxes: uma introdução, Chomsky: a reinvenção da linguística, Saussure e a Escola de Genebra e A Linguística hoje: Múltiplos domínios.
Valdir do Nascimento Flores é professor titular de graduação e pós-graduação de Língua Portuguesa da UFRGS. É coorganizador dos livros Dicionário de Linguística da Enunciação, Saussure e Saussure e a Escola de Genebra e A Linguística hoje: Múltiplos domínios, e coautor de Enunciação e discurso, Semântica, semânticas: uma introdução, Introdução à linguística da enunciação, Enunciação e gramática, Conceitos básicos de linguística: sistemas conceituais, Conceitos básicos de linguística: noções gerais, e autor de A linguística geral de Ferdinand de Saussure.