Há pecados e pecados. Existem os pecadinhos veniais. Leves, os erros não incomodam Deus.
Quando o Todo-Poderoso vê criaturas furando filas, fingindo tristeza em velórios ou trabalhando no domingo, sorri compreensivo e as deixa pra lá. Elas nem precisam pedir perdão. Tendo mais o que fazer, o dono do Céu, da Terra e do universo as desculpa antecipadamente.
No outro extremo, estão os atos que ferem ao Senhor, a você e ao próximo. São tão pesados que não têm clemência. O papa Gregório Magno, lá no século VI, os especificou. São os sete pecados capitais. O adjetivo não deixa dúvida. Os escorregões são graves. Ei-los: gula, avareza, inveja, ira, soberba, luxúria e preguiça.
Nem todos, porém, se curvam ao clamor da Igreja. Há os que têm o olho maior que a barriga, os Tios Patinhas da vidas, os professores de Deus, os Macunaímas soltos mundo afora. A tentação é tal que ultrapassa o espaço humano. Chega ao da língua. Vale o exemplo do haver. O verbo pagou pra ver. Cometeu os sete pecados.