A Psicologia, por si só, é uma provocação! Estudar nossa mente, compreendendo nossos comportamentos e desvendando impulsos inconscientes, é, no mínimo, atrever-se a aceitar que não sabemos tudo a nosso respeito.
A Psicologia provoca, pois ousa olhar para nossa vida e, com seu dedo fundamentado em tantas teorias, vivências e pesquisas, aponta nossas limitações, descobre nossos vícios, descolore ilusões e, com muita petulância, nos comunica que vivemos em uma zona de conforto – situação que pode estar matando algo muito nobre em nós.
Porém, se um dedo da Psicologia revela esse conformismo, outro nos sinaliza a possibilidade de sermos maiores, expandirmos nossos conhecimentos, nosso potencial, conhecendo e agindo de acordo com valores e virtudes que podemos identificar.
Logo, um livro que pretenda invocar os poderes da Psicologia só pode ser válido, vivo e interessante se suscita questionamento, dúvida, incômodo, mas também se mostra caminhos. Levar em conta a Psicologia é um incomodar-se para não se acomodar.
Seria possível uma Psicologia do cotidiano? Uma Psicologia do que é diário, banal, comum, faça chuva ou faça sol? Seria possível trazer para o dia a dia mais básico e demasiadamente humano as reflexões dessa ciência e dessa filosofia que justamente querem nos tirar da rotina ou, pelo menos, nos fazer enxergá-la com outros olhos?
Sim! E não só é possível, como necessário. Compreender nosso cotidiano mais básico,
questioná-lo e criar novas possibilidades mais coerentes e interessantes (e, por que não, instigantes) é talvez o maior triunfo que a Psicologia pode conquistar.
Adentrar a sua casa é o desafio que me proponho. Para isso, preciso apenas que você abra a sua porta. Trago uma série de amigos em forma de pensadores, vivências e pesquisas, e acredito que nesse “bate-papo psi” podemos começar “um” e sair “muitos”.
Nina Taboada é psicóloga, mestre em Psicologia Cognitiva pela UFSC, especialista e proficiente em Terapia Cognitivo Comportamental. Possui formação em Terapia Comportamental Dialética e ampla experiência clínica e docente. É a idealizadora do Loucamente Sã, uma proposta de integração de diferentes saberes e práticas para a libertação humana.