Essa é provavelmente a pergunta mais comum que os especialistas na área ouvem, tanto de pais preocupados como de jornalistas. A questão traduz a angústia da não compreensão do comportamento dos adolescentes, a realidade de um lado de nossos filhos que não (re)conhecemos e não sabemos acessar. Evidentemente, a questão é complexa e as razões podem ser múltiplas.
A resposta simples seria: usam porque as drogas existem, porque são acessíveis (principalmente tabaco e álcool) e porque os amigos também experimentam. Já um envolvimento maior no uso dependeria de vários outros fatores, que cobriremos nas questões 5 e 6.
Mas o desenvolvimento do sistema nervoso nos dá dicas preciosas sobre o assunto. O cérebro humano apenas se desenvolve inteiramente por volta dos 20 e poucos anos. A área do córtex pré-frontal, responsável pelo planejamento, habilidade de tomar decisões informadas, autopercepção e controle da impulsividade (chamadas de funções executivas) é a que leva mais tempo para completar seu desenvolvimento. Por outro lado, a área cerebral que governa o sistema de recompensa, o apetite e o comportamento de busca do prazer, se desenvolve muito antes. Pesquisas mostram que a maior disparidade no desenvolvimento desses dois sistemas ocorre entre a primeira e a segunda fase da adolescência.
Qual a consequência disso para os adolescentes? Nesse cenário, comportamentos frequentemente guiados pelas emoções e por recompensas imediatas serão favorecidos em detrimento daqueles norteados por decisões mais racionais. A mesma disponibilidade de correr riscos e apostar em novas experiências pode significar uma mente mais aberta e criativa que a dos adultos ou o envolvimento em situações de grande risco e consequência prejudiciais, como o consumo de drogas.
O truque é encontrar maneiras de apoiar e encorajar os adolescentes a serem espontâneos e curiosos sem se exporem a tantos perigos. Não sendo mais crianças, temos que olhar para nossos adolescentes como pessoas capazes de possuir opiniões próprias e aprender a encorajá-los, ou ao menos respeitá-los. Isso não é equivalente, no entanto, a dar carta branca para decisões claramente arriscadas e nos poupar de entrar em conflito quando necessário.
Confira as perguntas respondidas no livro “Álcool e drogas na adolescência: um guia para pais e professores“:
Por que os adolescentes usam drogas?
Quem usa mais drogas: meninos ou meninas?
Gostaria de conversar com meu filho sobre o uso de drogas. Qual a melhor maneira de abordar o assunto?
Quais são os indícios de que um jovem está “paquerando” ou iniciando o uso de drogas?
Qual é a diferença entre uso e dependência de drogas?
Por que algumas pessoas desenvolvem dependência e outras não?
Qual melhor tratamento para dependência de drogas?
Não é proibida a venda de álcool para adolescentes? Como eles conseguem beber?
Consumo álcool socialmente e meu filho adolescente me pediu para usar eventualmente em casa. Como devo agir?
As propagandas de bebida alcoólica influenciam o consumo dos jovens?
Vou fazer uma festa de 15 anos para a minha filha. Devo servir bebida alcoólica para os jovens? Ela insiste que se isso não ocorrer, a festa “não bomba”
Sou fumante, mas não gostaria que meu filho fumasse. Como alertá-lo sobre as consequências do uso do cigarro sem parecer contraditório?
Meu filho comprou narguilé. Há problemas no seu consumo?
Todo adolescente é um tanto rebelde. Já que ele vai transgredir de qualquer maneira, o que é melhor: álcool, tabaco, maconha ou outra droga? Devo oferecer, para ele saber que pode contar comigo?
Se eu me declarar radicalmente contra qualquer uso de álcool e drogas, não posso estar dificultando um possível diálogo que meu filho queira ter comigo sobre o assunto?
Alguns adolescentes defendem a legalização da maconha. Como posso discutir isso com eles?
Meu filho usou maconha – ele é um dependente ou posso considerar o uso dessa droga inofensivo?
Descobri que um amigo do meu filho é usuário de drogas. Qual a melhor maneira de orientá-lo em relação a essa amizade?
Acho que meu filho está fazendo uso de álcool/drogas. Devo conversar com a escola? Como?
Como saber a política da escola para uso de álcool e drogas? Isso costuma ser explícito ou só aparece em caso de problemas?
Uma escola que é menos rígida em termos comportamentais (por exemplo, não exige uniforme), pode ser mais propensa a ter problemas com uso e abuso de álcool e drogas?
Qual o papel da escola na prevenção das drogas?
Quais os modelos de prevenção usados pelas escolas?
E qual desses é o melhor modelo a ser usado nas escolas?
Como a escola pode se preparar para desenvolver a prevenção às drogas?
Como a escola pode trabalhar a discussão sobre proibição/regulamentação das drogas?
O que a escola pode fazer para reduzir a influência das propagandas de bebida alcoólica?
Quais são e como agem as novas drogas – e as não tão novas?
Um usuário de álcool é uma pessoa que consome álcool de forma regular ou ocasional, muitas vezes como uma forma de recreação ou para relaxar. O consumo de álcool é socialmente aceito em muitas culturas e pode estar presente em diferentes eventos e ocasiões sociais.
No entanto, é importante ter em mente que o uso excessivo e descontrolado de álcool pode levar a consequências prejudiciais para a saúde física, mental, emocional e social do usuário. O consumo crônico e abusivo de álcool pode resultar em dependência química, conhecida como alcoolismo.
O alcoolismo é uma doença crônica e progressiva que afeta o controle do indivíduo sobre o consumo de álcool. Pessoas com alcoolismo têm dificuldade em controlar a quantidade de álcool que consomem, experimentam sintomas de abstinência quando tentam parar de beber e podem priorizar o uso de álcool em detrimento de suas responsabilidades pessoais, familiares, profissionais e sociais.
Os efeitos negativos do uso excessivo de álcool podem incluir problemas de saúde, como danos ao fígado, coração e sistema nervoso, distúrbios psicológicos, complicações sociais e familiares, além de riscos aumentados de acidentes, violência e comportamentos de risco.
O tratamento para o usuário de álcool geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar que combina intervenções médicas, psicológicas e sociais. Isso pode incluir a desintoxicação supervisionada por profissionais de saúde, terapia individual ou em grupo, programas de reabilitação, apoio familiar, aconselhamento e suporte contínuo.
A recuperação do alcoolismo pode ser um processo desafiador, mas muitas pessoas encontram sucesso ao buscar ajuda e se comprometerem com a mudança de comportamento. Grupos de apoio, como os Alcoólicos Anônimos (AA), também desempenham um papel importante na recuperação, fornecendo suporte emocional, compartilhamento de experiências e estratégias para lidar com o desejo de beber.
Se você ou alguém que você conhece está enfrentando problemas relacionados ao uso de álcool, é importante buscar ajuda profissional em serviços de saúde, clínicas especializadas em dependência química ou grupos de apoio. Essas fontes de suporte podem fornecer orientação, tratamento adequado e estratégias para superar o alcoolismo e melhorar a qualidade de vida.