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Por que no Ocidente se escreve da esquerda para a direita?

Não é exclusividade do Ocidente e tem a ver com o “lápis e papel” de cada época e lugar. Entenda.

Não é exclusividade do Ocidente. E tem a ver com o “lápis e papel” de cada época e lugar. No começo da escrita, o sentido era outro: da direita para a esquerda. E isso porque era feita à base de marreta e cinzel, perfurando pedra. Como 90% dos humanos são destros, as pessoas geralmente seguravam o cinzel com a marreta com a direita (para evitar uma tragédia).  Aí o natural é ir escrevendo para a esquerda – fazer o contrário seria um estorvo.  

Por que no Ocidente se escreve da esquerda para a direita?

Tudo mudou quando boa parte das culturas trocou essas ferramentas brucutus por instrumentos mais delicados: tinta e papiro. As primeiras evidências do uso de tinta para escrever vêm do Egito, por volta do ano 3200 a.C.

Mudar o sentido, indo da esquerda para a direita, evita que o escriba destro borre sua mão com a tinta fresca recém-depositada no papiro. E o braço direito não atrapalha a visualização do texto nesse sentido. Seria, portanto, uma maneira prática e intuitiva de não arruinar a redação.

A lógica vale para papel e caneta, mas na época era uma questão econômica também: papiro era bem caro, sua produção exigia trabalhadores especializados. Não dava para ficar borrando e jogando rascunho no lixo à toa. 

Mas, mesmo mudando para a tinta, algumas sociedades mantiveram a tradição dos tempos da escrita na pedra (como você pode ver abaixo), e seguiram escrevendo da direita para a esquerda. Por mais que isso aumente o risco de borrar a folha.

Confira algumas tradições de escrita diferentes da nossa:

– Alguns textos gregos do século 7 a.C. eram escritos em bustrofédon: com uma linha da esquerda para a direita e a próxima ao contrário.

– Há línguas cujo sistema de escrita pode funcionar tanto na horizontal quanto na vertical – é o caso do chinês e do japonês.

– Alguns dos sistemas de escrita da direita para a esquerda são o árabe, o persa, o hebraico e o japonês.

Fonte: Revista Superinteressante por Luisa Costa

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