Perder Gal Costa e Rolando Boldrin no mesmo dia nos empobrece como país. E, pior, não temos como recuperar a perda, pois eles não podem ser substituídos. Willian e Taira, quando ainda na TV Cultura, escreveram um lindo livro sobre Boldrin, obra que tive o prazer de publicar na Contexto e que chamou a atenção de um público novo para esse talentoso artista e a cultura por ele defendida com tanto empenho e malícia. Gal povoou nossa adolescência com seus trinados surpreendentemente afinados, sua cuidadosa escolha de repertório, sua generosidade em apoiar compositores iniciantes. Tiro o chapéu, respeitosamente, para os dois que perdemos. E choro pela perda, que é nossa.
Jaime Pinsky é historiador e editor. Completou sua pós-graduação na USP, onde também obteve os títulos de doutor e livre-docente. Foi professor na Unesp, na própria USP e na Unicamp, onde foi efetivado como professor adjunto e professor titular. Participa de congressos, profere palestras e desenvolve cursos. Atuou nos EUA, no México, em Porto Rico, em Cuba, na França, em Israel, e nas principais instituições universitárias brasileiras, do Acre ao Rio Grande do Sul. Criou e dirigiu as revistas de Ciências Sociais, Debate & Crítica e Contexto. Escreve regularmente no Correio Braziliense e, eventualmente, em outros jornais e revistas.