Fechar

Göran Therborn, autor de Sexo e Poder, entrevistado pelo O Estado de S. Paulo

SEXO-E-PODER Göran Therborn, um dos maiores sociólogos da atualidade, é diretor do Swedish Collegium for Advanced Studies in the Social Sciences e professor de Sociologia da Uppsala University, na Suécia. Costuma ser solicitado para palestras e workshops em universidades espalhadas pelo mundo todo, como Estados Unidos, França e diversos países da América Latina. Profícuo autor, destacou-se por seus estudos sobre os rumos do capitalismo e do marxismo contemporâneos. Desde a década de 1990, Therborn enfoca suas pesquisas nos estudos comparativos das sociedades.

Seu livro Sexo e Poder, publicado no Brasil pela Editora Contexto, foi considerado pelo historiador Eric Hobsbawn um dos livros mais importantes publicados nos últimos 30 anos.

No último sábado, dia 06, foi publicada uma entrevista com o autor no caderno Aliás, do O Estado de S. Paulo:

 

Foram inúmeras as vezes em que Bento XVI, em seus quase três anos de papado, alertou para uma crise de valores familiares que tocaria especialmente a Europa. Fez isso de novo esta semana, durante a oração do Ângelus, na Praça de São Pedro. No Irã, no Afeganistão, em todo o Oriente Médio, islâmicos radicais acusam o Ocidente de viver um processo de degradação moral, que leva à dissolução dos lares. Afinal, o que acontece com a família nessa parte do mundo onde existe a liberdade dos costumes? Tudo “culpa” da revolução sexual dos anos 60?

Para o sueco Göran Therborn, professor de Sociologia da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, a nova ordem familiar no Ocidente foi determinada por um fator para o qual pouco se atina. “Tudo começou no momento em que as mulheres receberam educação superior”, diz o autor de Sexo e Poder (Editora Contexto, 2006) considerado pelo historiador Eric Hobsbawn um dos livros mais importantes publicados nos últimos 30 anos. E é nele que Therborn crava: o patriarcado não voltará jamais, o que certamente contraria apostas de ultraconservadores dos diferentes credos.

Therborn admite que a crise familiar existe, mas não é só de valores. Prefere creditá-la a uma mistura complexa que envolve pobreza, carência educacional e o novo patamar das ambições. No meio urbano, pais com baixa escolaridade estão ausentes de casa – e sua ausência cria filhos mal integrados à sociedade. Na outra ponta, jovens adultos da classe média, no auge da vida reprodutiva, investem o que podem em educação e carreira para só então pensar em filhos – quando já é tarde demais para ter mais que um. A taxa de natalidade cai em muitas partes, também em conseqüência dos papéis ativos que as mulheres assumem na sociedade. Mas esse é um processo irreversível, alerta Therborn. “A emancipação feminina já está chegando ao mundo islâmico”, declarou ao longo desta entrevista para o Aliás, em sua passagem por São Paulo.

[Leia a entrevista]

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.