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Futebol: “As melhores seleções brasileiras de todos os tempos” de Milton Leite

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É ano de Copa do Mundo em 2010, e livros sobre futebol é com a Contexto.

Além de Os 11 maiores técnicos do futebol brasileiro e O futebol explica o Brasil, acabou de chegar em nossa editora a obra As melhores seleções brasileiras de todos os tempos.

Do futebol brasileiro, o mundo sempre espera o melhor. Nossas seleções devem reunir o melhor do melhor. E o que dizer, então, das melhores seleções brasileiras? Aquelas cuja escalação os boleiros sabem de cor. As seleções que faziam os adversários tremer e que arrancavam aplausos até de torcedores de outros países?

O jornalista e narrador esportivo Milton Leite sabe que cria polêmica ao definir quais foram As melhores seleções brasileiras de todos os tempos. Neste livro ele reúne personagens em entrevistas exclusivas e desvenda episódios das grandes campanhas nacionais no esporte mais popular do planeta. São revelados os bastidores das equipes campeãs das Copas de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, além do marcante grupo de 1982. Enriquecida com fotografias e depoimentos de protagonistas dessas campanhas – como Pelé, Zico e Ronaldo -, a obra é para todos os brasileiros, boleiros ou não.


O melhor futebol do mundo

A missão: escolher e retratar as principais representantes da seleção mais vencedora do mundo. Ou, em outras palavras, responder a pergunta: quais foram as melhores formações que a equipe brasileira já teve? À primeira vista, tarefa fácil, já que temos o melhor futebol do mundo, os grandes jogadores, a hegemonia. Um olhar mais atento, no entanto, revelou a dificuldade de buscar a excelência, em meio ao que já é considerado a elite da modalidade. Mas para um apaixonado por futebol, o trabalho mostrou-se delicioso. Voltar às vitórias catárticas de 1958 e 2002, sonhar novamente com os gols feitos – e até os não feitos – da perfeita equipe de 1970 e ainda recuperar o econômico time de 1994 e também aquele de 1982, com qualidade de campeão, mas que não chegou ao título.

A ideia do livro é reunir histórias e personagens das grandes campanhas nacionais no esporte mais popular do planeta. Mas quando o título começa por “melhor” ou “melhores”, é claro que a obra remete a escolhas, comparações. E, evidentemente, quem escolhe adota critérios – e se expõe ao contraditório, às polêmicas, às críticas porque faltou um nome ou porque não deveria ter entrado aquele outro. Se o tema é futebol, no país de 180 milhões de técnicos, a discussão costuma ser ainda mais intensa, mais apaixonada, e – por que não? – mais rica, pois todo mundo sempre tem opinião. Todos têm suas preferências, suas memórias afetivas, suas marcas. Como escolher, então, as melhores seleções entre tantas que conquistaram a hegemonia internacional? Em primeiro lugar, restringir o universo de escolha às equipes que disputaram as Copas do Mundo, o principal evento. A partir daí, basicamente adotou-se dois critérios: conquistas e qualidade técnica, que nem sempre caminham juntas quando o assunto é futebol. Das seis seleções retratadas no livro, duas conseguiram unir o futebol bonito, de alta qualidade técnica, à conquista do título, pelo menos na minha visão. As equipes de 1958 e de 1970 foram campeãs jogando um futebol irrepreensível – tanto que as duas sempre aparecem nas mais variadas enquetes sobre as principais equipes de todos os tempos.

O time que venceu em 1962 era praticamente igual ao de 1958, mas, envelhecido, não teve o mesmo brilhantismo de quatro anos antes, como os próprios integrantes daquele grupo deixam claro no capítulo que trata da conquista no Chile. Se as vitórias de 1994 e 2002 não foram conseguidas com futebol espetacular, ganharam e somaram ao país os cinco títulos, o que nenhuma outra seleção conseguiu até hoje. Também contaram com participações decisivas de craques como Romário, Bebeto, Taffarel, Ronaldo, Rivaldo e Marcos, só para ficar nos principais. No entanto, nem todo grande time consegue vencer, mesmo entrando para a história pela qualidade que apresenta em campo. Por isso a seleção de 1982, derrotada na Espanha, tem um capítulo a ela dedicado – o que provavelmente será motivo de polêmica, já que para muitos torcedores e especialistas, time bom é o que vence. No capítulo da Copa de 1982 entra em ação a minha memória afetiva, e um carinho particular por aquele grupo, que só aumentou durante a execução do trabalho. Uma equipe que saiu do Brasil como grande favorita, fez uma campanha irretocável até a derrota, jamais esquecida, para uma Itália em dia brilhante.

Claro que muita gente vai reclamar a ausência desta ou daquela equipe, pelas mais diversas razões. Eu mesmo sinto falta de uma aqui – e ela foi objeto de debates com os editores: a seleção vice-campeã do mundo em 1950, no Maracanã, que não ficou com o título, mas entraria facilmente pelo critério da qualidade técnica, até porque dominou todo o Mundial, porém não conseguiu confirmar o favoritismo na decisão. Só que, ponderamos em nossas reuniões, como abrir um trabalho sobre as melhores seleções justamente com a maior derrota da história do futebol brasileiro? Sim, porque se aquele era um timaço, também pesa contra ele o fato de ter perdido em casa, no Maracanã, diante de um público de 200 mil torcedores, quando era favoritíssima. O time de 1950 ficou de fora, mas tem a sua importância reconhecida, pelo menos neste texto de introdução.

Escolhas feitas, começava a segunda fase: recolher o material. Foram muitas entrevistas, muitas histórias, muita conversa com essa gente que fez do futebol brasileiro o mais respeitado e vitorioso do mundo em todos os tempos. Das mensagens curtas e valiosas de Ronaldo e Pelé, passando por longas conversas com Carlos Alberto Parreira e Zagallo, contei com a participação direta e indireta de várias gerações de craques com as mais diversas características. E dos mais diferentes pontos do planeta.

Numa manhã qualquer lá estava eu abrindo minhas mensagens eletrônicas. Uma delas vinha de Moscou e pedia desculpas pela demora em responder algumas perguntas formuladas dias antes.

– Meu Deus, o Zico me pedindo desculpas!!! – foi minha reação.

Eu já estava feliz só por ter conseguido o e-mail do Galinho e poder mandar as perguntas. Ele concordar em responder era a consagração. E um dos maiores jogadores que vi atuar ainda me pedia desculpas???!!!

Viajar pelo Brasil de primeiro mundo, que é o futebol das nossas seleções brasileiras, me proporcionou coisas assim.

A viagem que convido você a fazer nas páginas seguintes é pelo Brasil internacional. Se existe uma área em que brasileiros se sentem como cidadãos de país desenvolvido, é o futebol. E se você duvida, faça o teste: vá ao exterior e conte ao seu anfitrião que é brasileiro. Os jogadores citados por esse estrangeiro poderão variar, mas certamente você ouvirá algum nome bem familiar, pois futebol brasileiro é uma referência corrente nos mais diferentes cantos do globo. É, em futebol o Brasil é do primeiro mundo…

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Milton Leite é jornalista profissional desde 1978. Atuou em rádios e jornais de Jundiaí no início da carreira, antes de transferir-se para São Paulo, onde trabalhou nos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde. Foi apresentador de programa de variedades na Rádio Jovem Pan AM e diretor de redação da Rádio Eldorado AM. Como narrador esportivo atuou durante 10 anos na ESPN-Brasil e desde 2005 é contratado do Sportv/TV Globo. Esteve nas Copas do Mundo de 1998 e 2006 e nas Olimpíadas de 2000, 2004 e 2008.

3 thoughts on “Futebol: “As melhores seleções brasileiras de todos os tempos” de Milton Leite

  1. Fiz uma resenha do livro:

    “O narrador favorito dos boleiros de PlayStation – e de quem curte ver futebol com emoção, mas sem exagero – estreia como escritor em “As melhores seleções brasileiras de todos os tempos” (Editora Contexto, 33 reais). Milton Leite arruma para a cabeça, mas dribla com habilidade a polêmica de escolher esses times e retrata cada um deles de maneira informativa e objetiva. Talvez até demais.”

    O texto completo está aqui: http://www.classicofc.com.br/especial/que-beleza-as-melhores-selecoes-brasileiras-de-todos-os-tempos

  2. Fiz uma resenha do livro:

    “O narrador favorito dos boleiros de PlayStation – e de quem curte ver futebol com emoção, mas sem exagero – estreia como escritor em “As melhores seleções brasileiras de todos os tempos” (Editora Contexto, 33 reais). Milton Leite arruma para a cabeça, mas dribla com habilidade a polêmica de escolher esses times e retrata cada um deles de maneira informativa e objetiva. Talvez até demais.”

    O texto completo está aqui: http://www.classicofc.com.br/especial/que-beleza-as-melhores-selecoes-brasileiras-de-todos-os-tempos

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