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Artefatos são achados em antigos campos de concentração

 

UM SAPATO FEMININO ESTÁ ENTRE OS ITENS ENCONTRADOS (FOTO: LWL)

Historiadores e arqueólogos da organização alemãLWL escavaram três locais em que soldados nazistas assassinaram mais de 200 poloneses e soviéticos que estavam trabalhando forçadamente. Lá eles encontraram mais de 400 itens pessoais deixados pelas vítimas no momento de sua morte, em 1945, que agora podem ajudar a revelar suas identidades e como foram seus momentos finais.

O massacre ocorreu pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial, quando membros nazistas da Waffen-SS e da Wehrmacht obrigaram dezenas de prisioneiros a marchar para a Floresta Arnsberg, na Alemanha. Um desses locais era Langenbachtal, onde 71 pessoas que eram forçadas a trabalhar foram levadas para a floresta e obrigadas a deixar seus pertences na beira da estrada, provavelmente com a expectativa de recuperá-los antes de chegar ao novo local.

Foram encontrados estojos de cartuchos ao longo de um riacho, indicando que era este o local em que oficiais nazistas executavam suas vítimas. No entanto, balas encontradas em toda a floresta sugerem que algumas tentaram escapar. Neste local, acredita-se que os itens pessoais pertenciam a 60 mulheres, dez homens e uma criança — incluindo um dicionário de orações, sapatos, peças de roupa e utensílios de louça.

UTENSÍLIOS DE LOUÇA ENCONTRADOS PELOS PESQUISADORES (FOTO: LWL)

Os pesquisadores encontraram menos itens em Meschede-Eversberg, levando os especialistas a acreditar que os autores estavam mais preparados e queriam deixar menos vestígios. Um grande buraco no chão sugere que uma granada foi usada para explodir um buraco em que as 80 vítimas foram obrigadas a entrar antes de serem mortas.

No local foram encontrados 50 objetos, incluindo uma gaita, um estojo de óculos e um suporte de pente. No terceiro local, Wastrein-Suttrop, 51 trabalhadores foram forçados a cavar trincheiras em ziguezague, em que foram enterrados posteriormente.

Revelações
As mortes só foram reveladas em 1946, quando os militares ingleses receberam uma denúncia anônima de que corpos estavam escondidos naqueles locais. No ano seguinte, forças britânicas e americanas fizeram os associados nazistas exumarem os corpos, que foram posteriormente enterrados no cemitério de Fulmecke, fundado durante a Primeira Guerra Mundial.

Agora, mais de sete décadas depois, a equipe de pesquisa diz que é sua “responsabilidade social” ajudar a contar essas mortes. Até o momento, apenas 14 dos assassinados foram identificados. Os pesquisadores esperam continuar seu trabalho na Alemanha e no exterior para conectar as vítimas com seus possíveis descendentes.

Fonte: Galileu