Fechar

Alterações climáticas e poluição do ar são responsáveis por mudanças extremas | Paulo Saldiva

“Precisamos reorientar nossos rumos e o que queremos do planeta”, diz Paulo Saldiva

Eu gostaria de utilizar essa janela de oportunidade para olharmos para trás pelo que tem acontecido na questão ambiental nos últimos meses. Nós presenciamos deslizamentos, extremos de temperatura, proliferação de doenças infecciosas que são mediadas por vetores que, por sua vez, são favorecidos pelas alterações climáticas.

Todo final de ano a gente procura fazer um balanço das nossas vidas e agora, no caso da questão ambiental, que está afetando diretamente as nossas vidas, a vida de todos nós, das pessoas que a gente gosta e, enfim, dos tempos atuais. As questões climáticas, a poluição do ar deixaram de ser um assunto que frequenta as páginas da ciência, da página de saúde, para fazer parte do nosso cotidiano.

Como é que a gente vai resolver isso? Depende muito da mobilização da sociedade, do diálogo profundo entre a sociedade, a comunidade, o setor da ciência e também as áreas governamentais. Talvez a força e, digamos, a dramaticidade do que nós estamos experimentando – e temos pela frente um cenário, digamos, não muito auspicioso – nos dê as condições para que possamos reorientar os nossos rumos, reorientar o que nós queremos do planeta. Afinal, nós vivemos num só planeta, dependendo de todas as formas de vida e de fenômenos naturais. Um abraço para todos e que o ano que vem seja melhor para os brasileiros.


Fonte: Jornal da USP por Paulo Saldiva

O professor Paulo Saldiva é autor do livro Vida urbana e saúde

Alterações climáticas e seus efeitos vieram para ficar | Paulo Saldiva

Somos um país urbano: 84% da população brasileira concentra-se em cidades e ao menos metade vive em municípios com mais de 100 mil habitantes. Mas a vida urbana não traz apenas novas oportunidades. Ela propicia doenças provocadas por falta de saneamento, picadas de mosquitos, poluição, violência, ritmo frenético… E tudo isso não ocorre mais apenas nas grandes cidades, mas também nas médias e mesmo pequenas, quase sempre negligenciadas pelo poder público e pelos próprios cidadãos. Mas, afinal, o que fazer para ter boa qualidade de vida nas cidades? Assim como o médico deve pensar na saúde dos seus pacientes – e não apenas em tratar determinada doença –, uma cidade saudável é aquela em que seus cidadãos têm boa qualidade de vida. E o médico Paulo Saldiva, pesquisador apaixonado pelo tema, mostra que é possível, sim, melhorar e muito o nosso dia a dia.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.