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A História através das histórias: Espartanos

Da História antiga para os quadrinhos, filmes, games e livros

Agora em 2023, completam-se 25 anos do lançamento do livro Portões de Fogo, de Steven Pressfield. Um clássico da ficção histórica que aborda, a partir de ampla pesquisa, uma das maiores batalhas do mundo antigo: a Batalha das Termópilas, em que 300 espartanos, junto a guerreiros de outras cidades-estados, enfrentaram o gigantesco exército persa. Como não poderia deixar de ser, esse conflito épico se tornou inspiração para inúmeras produções artísticas, como o próprio Portões de fogo, que este ano ganha uma nova edição comemorativa. No texto abaixo você conhece outras obras, como quadrinhos e filmes, que também abordam esse grande combate.

A história de Leônidas e os 300 de Esparta virou tema de dois filmes. Os 300 de Esparta é o primeiro deles, lançado em 1962 e dirigido por Rudolph Maté.

A História através das histórias: Espartanos - Portões de fogo
Cena de “Os 300 de Esparta” (“The 300 Spartans”, 1962)

O segundo, e mais conhecido atualmente, é 300. Co-roteirizado e dirigido por Zack Snyder, o longa foi lançado em 2007 e é baseado na graphic novel de Frank Miller.

A História através das histórias: Espartanos - Portões de fogo
Capa da primeira edição da série de quadrinhos “Os 300 de Esparta”, publicada no Brasil pela editora Abril.

A série de quadrinhos de Frank Miller, com o título Os 300 de Esparta, foi lançada em 1998 e publicada originalmente em cinco edições pela editora Dark Horse Comics. Miller diz ter se inspirado no filme de 1962 para escrever a série. A história tem roteiro, desenho e arte-final de Frank Miller e foi colorida por Lynn Varley.

A História através das histórias: Espartanos - Portões de fogo

Mas essa não foi a primeira vez que a Batalha de Termópilas foi narrada nos quadrinhos. Em 1963, a editora norte-americana Dell publicou o gibi Lion of Sparta (Leão de Esparta), uma adaptação do filme de 1962 voltada para o público infantojuvenil.

A Grécia Antiga também virou tema de jogos eletrônicos. A saga de ação-aventura God of War, baseada nas mitologias gregas, foi iniciada em 2005. Seu protagonista, o espartano Kratos, entrou na lista dos maiores personagens dos games de todos os tempos. A primeira era da franquia, focada na mitologia grega, conta com sete títulos.

A História através das histórias: Espartanos - Portões de fogo
“God of War: Ghost of Sparta” (2010)

A série Assassin’s Creed também já explora a história grega e espartana. Lançado em 2018, Assassin’s Creed: Odyssey, 11º título principal da série, levou os jogadores para a Grécia Antiga, mais precisamente no auge da Era de Ouro e durante a Guerra do Peloponeso. Os protagonistas, Alexios e Kassandra, são descendentes de lendários guerreiros espartanos, incluindo o rei Leônidas.

A História através das histórias: Espartanos - Portões de fogo
“Assassin’s Creed: Odyssey” (2018)

Mas afinal, quem são os espartanos? O que eles tinham de diferente para produzir guerreiros tão temíveis?
Na Grécia Antiga, os violentos conflitos entre povos vizinhos e a guerra com invasores estrangeiros era uma forma de vida. Os gregos eram considerados guerreiros por excelência. A maior parte das cidades-estados gregas, como Atenas, eram rodeadas por muralhas para reforçar sua proteção. Esparta julgava desnecessária essa proteção, já que tinha o exército de guerreiros mais temido do mundo antigo.

Como os espartanos eram proibidos de manter registros, não há relatos escritos sobre eles. Para estudá-los, temos que nos basear nos relatos dos historiadores antigos não espartanos, como Heródoto. Essas histórias podem ter sido contadas com floreios e devem descrever Esparta no auge do seu poder, por isso é preciso considerá-las com ressalvas.

Esparta foi fundada aproximadamente no século X a.C., quando os invasores dórios subjugaram a população local. Por volta de 650 a.C., a cidade dominava o poder terrestre militar na Grécia Antiga.

Para os espartanos, o objetivo da existência era simples: servir Esparta. No dia do nascimento, os líderes espartanos mais velhos examinavam os recém-nascidos. Os bebês fortes e saudáveis eram considerados aptos para cumprir esse objetivo.

Todos os espartanos, menino ou menina, tinham que ser fisicamente fortes, de intelecto aguçado e emocionalmente determinado. Nos primeiros anos de vida, as crianças eram educadas para serem leais, primeiramente, a Esparta e, somente depois, à família. Com essa mentalidade ficava mais fácil enviar os garotos para o agoge quando completassem 7 anos, o famoso e inclemente regime de 13 anos de treinamento que transformava os meninos em guerreiros.

A perfeição física era muito valorizada e os futuros guerreiros gastavam bastante tempo aprendendo a lutar. A fim de preparar os garotos para as condições de guerra, os meninos eram incentivados a lutar entre si para simular uma batalha, eram mal alimentados, às vezes ficando dias sem comer. Também recebiam vestes precárias para que aprendessem a lidar com temperaturas adversas. Eles eram incentivados a roubar para poder sobreviver, mas, se fossem pegos, eram castigados — não porque roubaram, mas porque foram flagrados.

Os jovens espartanos também aprendiam a ler, escrever e dançar, o que lhes dava um controle de seus movimentos e os ajudava em combate.

Por que a Batalha de Termópilas é tão importante?
Considerada uma das cinco batalhas mais heroicas da Antiguidade, a Batalha de Termópilas é importante por sua estratégia. Enfrentar os persas no desfiladeiro foi muito inteligente. Por ser muito estreito, permitia a passagem de apenas uma carroça por vez, fazendo com que a desvantagem numérica dos gregos fosse praticamente anulada.

Para a batalha, foi deslocada uma força de elite do exército espartano, provavelmente a guarda pessoal do rei Leônidas. Mas, juntamente com os espartanos, outras cidades-estados mandaram guerreiros para auxiliar na contenção dos persas.

“Quando os Trezentos — agora reforçados pelos 500 da infantaria pesada de Tegea e um número igual da Mantinea, junto com 2.000 de Orchomenos e do resto da Arcádia, Corinto, Phlius e Micenas, além dos 700 de Thespiae e 400 de Tebas — chegaram em Opus, Lokris, a 16 quilômetros dos Portões Quentes, para ali se unirem a 1.000 soldados da infantaria pesada de Phokis e Lokris, encontraram a região deserta.” (Portões de Fogo, p. 252)

Espartanos e seus aliados conseguiram conter, durante sete dias, dois milhões de homens, até que, com suas armas estraçalhadas, arruinadas na matança, lutaram “com mãos vazias e dentes” (como registrado pelo historiador Heródoto), até, finalmente, serem dominados. Morreram até o último homem, mas o tempo que conseguiram resistir permitiu que os gregos se reorganizassem e derrotaram os persas em Salamina e Plateias.

A História através das histórias: Espartanos - Portões de fogo

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O livro Portões de Fogo, lançado em 1998 por Steven Pressfield, é leitura obrigatória no treinamento da Academia Militar de West Point e no Corpo de Fuzileiros Navais e continua um sucesso de vendas em todo o mundo. O romance histórico descreve o relato do último sobrevivente grego da batalha, que conta diretamente ao rei persa os acontecimentos de maneira vívida e envolvente. A narrativa empolgante de Pressfield recria, assim, a épica Batalha de Termópilas, unindo, com habilidade, História e ficção.

Em 2023, o livro completa 25 anos de publicação e a Contexto lança uma edição limitada comemorativa, com novo projeto gráfico, capa dura e conteúdos extras, como um prefácio escrito pelo autor especialmente para esta versão brasileira e uma compilação de capas publicadas em outros países. A nova edição está em pré-venda em nosso site e na Amazon. Garanta o seu exemplar!


Fontes:
IGN | Assassin’s Creed Odyssey
TechTudo | God of War
Os 300 de Esparta: Da história antiga para os quadrinhos e destes para o cinema
Batalha de Termópilas: A verdadeira história dos 300 de Esparta
Ted-Ed | This is Sparta: Fierce warriors of the ancient world

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