Felicidade enche auditórios, vende livros e alavanca audiência. Casamos para buscar nossa felicidade pessoal e os empregos devem levar à alegria permanente. Supomos natural desistir de coisas certas e buscar duvidosas se… o resultado da troca for aumentar a felicidade. Pouca gente consegue pensar que a felicidade seja histórica.
O historiador Peter N. Stearns faz uma reflexão fascinante sobre as raízes e a história da felicidade. O conceito está inserido no tempo e no espaço. Uma pesquisa de 2022 coloca a Finlândia em primeiro lugar no ranking da felicidade nacional, seguida da Dinamarca e da Islândia. O frio escandinavo parece ter alimentado boa base da felicidade. Um ditado russo enfatiza a localização: quem sorri demais “é tolo ou é americano…”.
Tantas questões… A Filosofia grega difere da tradição asiática sobre felicidade Sociedades agrícolas seriam mais felizes do que as industriais? Felicidade estaria associada à esperança nas grandes religiões monoteístas? São temas que não escapam ao olhar do autor.
A grande revolução, como se acompanha no livro, está na Idade Contemporânea. O aumento da importância da felicidade é um fenômeno do século XVIII e XIX.
A felicidade se tornou global e a psicologia positiva enfatiza sua possibilidade. A pergunta “você e feliz?” não implica uma resposta uniforme. De onde veio nossa obsessão pela plena felicidade mesmo em meio a pandemias e crises econômicas e políticas? Inserir a pergunta “você é feliz?” no tempo e no espaço pode nos dar um controle maior sobre a resposta e, talvez, aumentar nossa chance de uma felicidade fora das redes sociais.
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Leandro Karnal é professor, historiador, graduado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e doutor pela Universidade de São Paulo (USP). Leciona há 30 anos, tendo passado por ensino fundamental, médio, escolas públicas e privadas, cursinhos pré-vestibulares, universidades variadas e hoje leciona na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Trabalha há muitos anos com capacitações para professores da rede pública e publicação de material didático e de apoio para os professores. Viaja bastante e observa professores e alunos em meios como comunidades indígenas no México, escolas da França, aulas no Norte da Índia, Vietnã e China. Sua meta de vida é ser lembrado como alguém que tentou ser um bom professor.