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Uso mais eficiente de energia | Paulo Saldiva

Uso mais eficiente de energia reduz os efeitos deletérios da poluição.
De acordo com Paulo Saldiva, não existe incompatibilidade econômica em controlar as mudanças climáticas que já estão ocorrendo

Falando sobre mudanças climáticas e controle da poluição do ar, o professor Paulo Saldiva observa que existem dois tipos de poluentes: os de efeito local, provenientes, por exemplo, dos emitidos pelos veículos, os quais ficam pouco na atmosfera, mas ainda assim prejudicam nossa saúde, e aqueles de efeito climático global, ou seja, que vão para a atmosfera e se acumulam, formando o efeito estufa. “Quando você reduz as emissões, fazendo uso mais eficiente de energia, usando fontes alternativas, nós reduzimos os dois, então existe um cobenefício imediato de saúde no controle dos gases de efeito estufa, e o preço a pagar por essas mudanças é muito menor do que o custo a pagar pelo adoecimento, pelos anos de vida perdidos, pelos dias não trabalhados e também pelos custos diretos da assistência médica.”

A conclusão, portanto, é a de que não existe incompatibilidade econômica em controlar as mudanças climáticas que já estão ocorrendo. “Na verdade, nós estamos subsidiando políticas energéticas ineficientes e não sustentáveis, não só com a nossa saúde, não só com dano ao planeta, mas também com vidas humanas.”

Fonte: Jornal da USP por Paulo Saldiva

O professor Paulo Saldiva é autor do livro Vida urbana e saúde

Somos um país urbano: 84% da população brasileira concentra-se em cidades e ao menos metade vive em municípios com mais de 100 mil habitantes. Mas a vida urbana não traz apenas novas oportunidades. Ela propicia doenças provocadas por falta de saneamento, picadas de mosquitos, poluição, violência, ritmo frenético… E tudo isso não ocorre mais apenas nas grandes cidades, mas também nas médias e mesmo pequenas, quase sempre negligenciadas pelo poder público e pelos próprios cidadãos. Mas, afinal, o que fazer para ter boa qualidade de vida nas cidades? Assim como o médico deve pensar na saúde dos seus pacientes – e não apenas em tratar determinada doença –, uma cidade saudável é aquela em que seus cidadãos têm boa qualidade de vida. E o médico Paulo Saldiva, pesquisador apaixonado pelo tema, mostra que é possível, sim, melhorar e muito o nosso dia a dia.