Recomendações de leituras são sempre bem-vindas. Quando feitas por grandes autores, especialistas renomados em suas áreas, melhor ainda.
Então, nesse momento pelo qual todos nós estamos passando, nossos autores fazem indicações de livros para a sua quarentena.
Confira as dicas enviadas pela jornalista Arlete Salvador:
‘PARA SAIR DA QUARENTENA
Não espere de mim sugestões de livros sobre essa quarentena ou esse vírus demoníaco. Aqui não vai dica utilitária. Aqui vão sugestões para esquecer a pandemia e romper os grilhões do toque de recolher que nos confina em casa.
Meu livro do coração é O Conde de Monte Cristo, do francês Alexandre Dumas. Tenho uma edição com 1663 páginas, da Editora Zahar. Estou lendo esse livro há anos como um bálsamo para momentos de tristeza e melancolia de tão lindo que é. O livro conta a história de Edmond Dantè, jovem pobre e ingênuo que, depois de preso injustamente, foge da masmorra, enriquece e se vinga dos que arruinaram sua vida. Termina com esta frase: “Esperar e ter esperança”.
Outro dos meus livros do coração é Tia Julia e o Escrevinhador, do peruano Mario Vargas Llosa. Nem é um dos melhores livros do autor. Sem dúvida, a obra consagradora que lhe valeu o Prêmio Nobel de Literatura é Conversa no Catedral. Mas Tia Julia é do autor em início de carreira e eu me identifiquei com ele aos 15 anos. O livro me inspirou a ser jornalista. Eu o releio de vez em quando para me lembrar de quem eu sou.
Finalmente, poesia. Manuel Bandeira. E seu poema Vou-me Embora para Pasárgada, com certeza. Quando bate o desespero e o sentimento de sem-saída, eu penso que, como ele, algum dia eu vou para Pasárgada, “onde sou amigo do rei/terei a mulher que quero/na cama que escolherei”. Ah, se vou. E “como farei ginástica/andarei de bicicleta/montarei em burro brabo/subirei no pau-de-sebo/tomarei banhos de mar!”
Arlete Salvador
Arlete Salvador é jornalista especializada em política e mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra. Durante 20 anos de carreira jornalística, trabalhou em alguns dos mais prestigiosos órgãos de imprensa do país, como a revista Veja e os jornais O Estado de S. Paulo e Correio Braziliense. Nesse tempo, escreveu centenas de reportagens, artigos analíticos e uma coluna de notas sobre os bastidores do poder em Brasília, o que despertou seu interesse pela história de grandes líderes políticos e pelo exercício da Língua Portuguesa. É autora dos livros A arte de escrever bem, Escrever melhor, Como escrever para o Enem, Cleópatra, Para escrever bem no trabalho e coautora no livro O Brasil no Contexto – 1987-2017, todos publicados pela Contexto.