A Sociologia da Educação é uma disciplina fundamental na formação de professores e pesquisadores. Neste livro, Walter Praxedes e Nelson Piletti apontam as principais vertentes teóricas que consolidaram a área, privilegiando o aspecto educacional dos escritos. Dessa forma, a obra busca esclarecer os agentes do processo educacional – estudantes, professores, técnicos e demais servidores que atuam no espaço escolar –, assim como estudiosos e todos os que entendem a educação como um processo socializante.
O livro explora as teorias de Auguste Comte, Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. Dedica capítulos à realidade brasileira, tratando, por exemplo, da importância de Fernando de Azevedo e Florestan Fernandes e da influência das relações raciais. Além disso, traz reflexões gerais sobre o desenvolvimento da Sociologia da Educação no Brasil e propõe questões para análise e interpretação dos conteúdos.
A Sociologia da Educação é um componente curricular e uma disciplina científica reconhecida como fundamental para a formação de professores e pesquisadores nos cursos universitários de graduação em Pedagogia, Ciências Sociais, nas licenciaturas e nos programas de pós-graduação em Educação e Sociologia.
Possibilitando a realização de pesquisas educacionais, a Sociologia da Educação é uma ciência que vem sendo construída como um conjunto muito diversificado de teorias sociológicas que empregam diferentes métodos quantitativos e qualitativos como observação, entrevistas, análise de documentos, aplicação de questionários e utilização de dados estatísticos entre outras técnicas investigativas.
Neste livro, apresentamos as perspectivas teóricas da Sociologia para o estudo da educação. Assim como em outras áreas de conhecimento, na Sociologia também são inúmeras as orientações metodológicas para o estudo científico dos problemas educativos. Quase todas elas buscam a superação da descrição pura e simples das situações vivenciadas no cotidiano das famílias e instituições escolares. As teorias sociológicas da educação representam também a tentativa de construção de conhecimentos que interpretem de forma mais elaborada e consistente aquelas informações coletadas pela observação das atividades escolares e no estudo da legislação referente à educação.
A ideia que nos guiou na elaboração deste livro foi a realização de um levantamento das múltiplas abordagens teóricas da Sociologia da Educação, que são mais frequentemente tomadas como pressupostos para entendermos os problemas educacionais e efetuarmos pesquisas sobre os fenômenos ligados à educação.
Por meio do pensamento dos autores e teorias apresentados, discutimos muitos dos temas e problemas priorizados nas investigações na área, levando em consideração que o grau de internacionalização a que chegou a Sociologia da Educação impossibilita que seja estudada apenas com base em pensadores e pesquisadores nacionais.
Fizemos essa opção por considerarmos que, a pretexto de nos atermos ao pensamento educacional elaborado no país, seria profundamente prejudicial, para a construção do conhecimento no campo da Sociologia da Educação, ignorarmos a existência de teorias e pesquisas elaboradas pelos estudiosos de forma independente ou em universidades e laboratórios espalhados pelo mundo todo que incidiram de maneira decisiva nos trabalhos desenvolvidos no Brasil.
A pesquisa em Sociologia da Educação no Brasil, desde seus primórdios, com a obra do professor Fernando de Azevedo, até os dias atuais, realizada nos programas de pós-graduação em Educação e em Ciências Sociais, sempre foi fortemente influenciada pelas abordagens teóricas desenvolvidas em outros países. Isso nos inspirou a considerarmos esse vínculo teórico constitutivo da maneira como os pesquisadores brasileiros pensam a educação no Brasil, atentos à realidade educacional do país, preocupados com o estudo dos problemas empíricos locais, mas sempre informados pelas pesquisas realizadas nos países europeus, nos Estados Unidos e em alguns países latino-americanos e nos continentes asiático e africano.
Apesar dos diferentes enfoques teóricos existentes na Sociologia da Educação, prevalece a concepção de que a educação deve ser considerada uma dimensão da vida social e relacionada a um conjunto de processos sociais, abordando tanto os fenômenos que ocorrem no cotidiano escolar, quanto as relações de convivência que ocorrem no seio das famílias e na sociedade em geral.
Para entender e estudar a educação, parece-nos relevante considerarmos que a concepção da sociedade como um “processo social” traz como implicação, em primeiro lugar, a necessidade de que os agentes sociais sejam preparados para a vida em uma sociedade que se transforma constantemente e, em segundo, que as mudanças sociais vão apresentar problemas inéditos para as novas gerações, de modo que não podemos apenas reproduzir as condições sociais que herdamos do passado. (continue a leitura clicando aqui)
Walter Praxedes, graduado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP) e doutor em Educação pela Faculdade de Educação da mesma universidade, é professor associado do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Pela Contexto é autor do livro Dom Helder Camara: o profeta da paz e coautor do livro Principais correntes da sociologia da educação.
Nelson Piletti é graduado em Filosofia, Jornalismo e Pedagogia; mestre, doutor e livre-docente em Educação pela USP; ex-professor de ensino fundamental e médio; professor aposentado do Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação da Faculdade de Educação da USP. Pela Contexto é autor do livro Aprendizagem: teoria e prática, além de coautor de O Brasil no Contexto 1987-2017; Dom Helder Camara: o profeta da paz; Psicologia do desenvolvimento; Psicologia da aprendizagem, História da educação e Principais correntes da sociologia da educação.