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Por que há dois ministros para cada ministério na Inglaterra?

Por Duda Teixeira para Revista Veja

O primeiro é o que exerce o cargo e pertence ao partido majoritário na Câmara dos Comuns. O segundo pertence à oposição e se prepara para um dia assumir o posto

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Nessa foto de 2005, David Cameron, ainda antes de se tornar primeiro-ministro da Inglaterra, realiza uma reunião com os ministros de seu governo paralelo, o shadow government, em Birmingham (Crédito Christopher Furlong/Getty Images)

Depois que vinte de seus ministros pediram demissão, o líder da oposição, Jeremy Corbyn nomeou um novo gabinete e começou a trabalhar com eles.

Detalhe: Corbyn não é o primeiro-ministro da Inglaterra, mas o líder do segundo maior partido na Câmara dos Comuns.

Como explicar esse governo paralelo na Inglaterra?

No Reino Unido, para cada ministro que efetivamente exerce a função, há um ministro “nas sombras”, o que eles chamam de shadow government. Enquanto o primeiro-ministro pertence ao partido com maioria na Câmara dos Comuns, o ministro paralelo é do segundo maior partido nessa casa.

A função desse ministro, da oposição, é vigiar as políticas que estão sendo adotadas e dizer a todos como as coisas seriam diferentes se o seu partido estivesse no poder.

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Esse segundo gabinete é escolhido pelo líder do partido de oposição, que atualmente é Jeremy Corbyn.

No Reino Unido, a oposição é uma instituição oficial. É tão valorizada que leva o título de a “Oposição Oficial de Sua Majestade”.

O seu líder recebe um salário oficial do governo, o que testemunha o valor que tem o debate e a liberdade de crítica na cultura inglesa”, escrevem Peter Burke e Maria Lúcia Garcia no livro Os Ingleses (Contexto).

Com o tempo, os ministros desse gabinete paralelo vão se aprofundando nos assuntos da sua pasta. Ao ganhar experiência nos temas, eles se tornam mais aptos para, um dia assumir o cargo.

David Cameron, atual primeiro-ministro inglês, já teve o seu governo paralelo. É ele que aparece no centro da foto acima, tirada em 2005.

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