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Os melhores livros de 2009 – Folha de S. Paulo

O jornal Folha de S. Paulo convocou cinco especialistas para apontar os melhores livros publicados em 2009, em cinco diferentes áreas: História, Literatura, Ciências Sociais, Filosofia e Arte. Abaixo o resultado:

HISTÓRIA


O Historiador e Suas Fontes

Carla Bassanezi Pinsky e Tania Regina de Luca (orgs.), ed. Contexto
Conjunto de ensaios sobre o que é mais específico ao ofício do historiador: o trabalho com a documentação histórica. Os textos avaliam a importância das particularidades das fontes históricas literárias, fotográficas, judiciárias, arquitetônicas etc.

Cada Um na Sua Lei – Tolerância Religiosa e Salvação no Mundo Atlântico Ibérico
de Stuart B. Schwartz, trad. Denise Bottmann, Edusc/Companhia das Letras
Trabalho inovador sobre o espírito de tolerância religiosa entranhado na cultura popular no período de atuação da Inquisição na Idade Moderna (séculos 16-18).

Escravismo em São Paulo e Minas Gerais
de Francisco Vidal Luna, Iraci del Nero da Costa e Herbert S. Klein, Edusp/Imprensa Oficial
Análise das relações sociais marcadas pela escravidão em Minas Gerais e São Paulo nos séculos 18 e 19. Estudo das profissões, atividades produtivas e posse de escravos nesses séculos, com base em ampla documentação.

Comércio e Canhoneiras – Brasil e Estados Unidos na Era dos Impérios (1889-97)
de Steven C. Topik, trad. Angela Pessoa, Companhia das Letras
Estuda as relações Brasil-Estados Unidos nos primeiros anos da República, especialmente durante a Revolta da Armada (1893-94).

Fronteira Amazônica
de John Hemming, trad. Antonio de Padua Danesi, Edusp
Expõe os encontros dos cientistas europeus com as riquezas amazônicas e os indígenas da região, em especial durante o ciclo da borracha.


MARCO ANTONIO VILLA é professor de história na Universidade Federal de São Carlos (SP).


LITERATURA


Meu Amor

de Beatriz Bracher, ed. 34
O livro descobre e percorre destemidamente uma ponte de simpatia repugnante entre o afeto mais terno, até maternal, e a crueldade mais abjeta.

Violetas e Pavões
de Dalton Trevisan, ed. Record
São textos curtos, que simulam cartas obscenas de amor, depoimentos em interrogatórios policiais e casos urbanos escabrosos; unifica-os o estilo parnasiano irônico a criar flagrantes de ilícito penal e erótico.

Pornopopéia
de Reinaldo Moraes, ed. Objetiva
É tão descabeçado na reiteração do modelo junk/gonzo de vida levada ao extremo de sexo e drogas como cerebral no controle dos meios narrativos e dos seus efeitos cômicos. De longe, o livro mais engraçado do ano.

Cadernos de Infância
de Norah Lange, tradução de Joana Angélica d’Ávila Melo, ed. Record
Sobretudo, impressiona neste livro a articulação do andamento ligeiro de um mundo infantil de pequenas incidências, medos e manias com a marcação grave de uma sucessão de eventos fúnebres.

O Aventuroso Simplicissimus
Hans J.C. von Grimmelshausen, trad. Mario Luiz Frungillo, ed. Universidade Federal do Paraná
O grande evento cultural do ano editorial brasileiro passou despercebido: a tradução do mais importante romance picaresco alemão do século 17, cuja ação esmiúça o campo de butim, destruição e morte a que se reduz o território da Alemanha durante a Guerra dos 30 Anos [1618-48].


ALCIR PÉCORA é professor de teoria literária na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).



CIÊNCIAS SOCIAIS

Gulag – Uma História dos Campos de Prisioneiros Soviéticos

de Anne Applebaum, trad. Mário Vilela e Ibraíma Tavares, ed. Sinergia
Usando fontes até então desconhecidas pelos pesquisadores, Applebaum traça um perfil equilibrado da tragédia de uma sociedade para a qual os campos de concentração se tornaram parte integrante da cena política.

Varennes – A Morte da Realeza
de Mona Ozouf, trad. Rosa Freire d’Aguiar, Companhia das Letras
Erudição e elegância marcam esse relato de como a Revolução Francesa [1789] foi levada a ver na República uma saída para os impasses gerados pela tentativa de fuga de Luís 16.

Maquiavel – Política e Retórica
de Helton Adverse, ed. Universidade Federal de Minas Gerais
O livro realiza a difícil tarefa de escrever algo inovador sobre [o pensador italiano] Maquiavel, permanecendo atento às publicações mais importantes dos últimos anos sobre o tema.

O Tempo e o Cão
de Maria Rita Kehl, ed. Boitempo
O livro mostra com rara felicidade como a depressão é fruto da difícil relação que entretemos com a temporalidade acelerada de nossas sociedades.

Escritos
de Sônia Viegas, ed. Tessitura
Com a publicação das obras dessa pensadora, morta prematuramente há 20 anos, o público ganhou a oportunidade de conhecer a trajetória de uma escritora que soube unir em sua escrita rigor e beleza, como poucas vezes se vê na cena acadêmica.


NEWTON BIGNOTTO é professor de filosofia política na Universidade Federal de MG.


FILOSOFIA


Dialética Negativa
de Theodor Adorno, trad. Marco Antonio Casanova, ed. Zahar
Um dos livros mais importantes da filosofia do século 20. Obra maior de Theodor Adorno, mobiliza suas leituras de Heidegger, Kant e Hegel a fim de apresentar um conceito renovado de razão com fortes consequências na dimensão prática.

São Paulo – A Fundação do Universalismo
de Alain Badiou, trad. Wanda Caldeira Brant, ed. Boitempo
Um dos principais nomes da filosofia francesa atual, Badiou apresenta neste livro uma forte defesa do universalismo e de um conceito de acontecimento capaz de recuperar exigências de ruptura e renovação. Para tanto, ele faz apelo a uma leitura original da mensagem paulina e de uma certa tradição cristã.

A Lógica das Ciências Sociais
de Jürgen Habermas, trad. Marco Antonio Casanova, ed. Vozes
Livro que procura analisar o estatuto epistemológico das ciências humanas.

Sacher-Masoch – O Frio e o Cruel
de Gilles Deleuze, trad. Jorge Bastos, ed. Zahar
Embora pareça um livro de circunstância, trata-se de um importante estudo para a compreensão do conceito deleuziano de desejo e de crítica.

A Condição Humana – As Aventuras do Homem em Tempos de Mutações
Adauto Novaes (org.), Sesc SP/ Agir
Coletânea de textos sobre os desafios da pós-humanidade e do esgotamento da noção moderna de homem.


VLADIMIR SAFATLE é professor no departamento de filosofia da USP.



ARTE


Matisse – Imaginação, Erotismo, Visão Decorativa

Sonia Salztein (org.), trad. Denise Bottmann, ed. Cosac Naify
Muita gente boa -Greenberg, Barr, T.J. Clark- escrevendo sobre um artista do luxo (como diz Aragon) ou da volúpia (mesmo se ordenada, para Paulo Pasta).

Primeira Individual – 25 Anos de Crítica de Arte
de Antonio Gonçalves Filho, Cosac Naify
O autor não enfeixa suas críticas reunidas sobre arte brasileira numa teoria a posteriori, especial para o livro (o que é bom). Cada peça é uma narrativa viva, livre do jargão da área.

Estética Relacional
de Nicolas Bourriaud, trad. Denise Bottmann, ed. Martins
Renomado crítico exorta a pensar as práticas da arte contemporânea, sem o que elas “permanecem ilegíveis”. A ler com o livro seguinte.

A Palavra Pintada
de Tom Wolfe, tradução de Lia Wyler, ed. Rocco
Em 1975, arrasava a arte contemporânea porque é “para ler”. Artistas e críticos odiaram-no. Tem uma visão cultural da arte. Livro bom é o que faz pensar, não aquele com o qual se concorda.

Inteligência Brasileira – Uma Reflexão Cartesiana
de Max Bense, trad. Tercio Redondo, Cosac Naify
Um amigo da terra pensou, há 40 anos, sobre a nova arte e a cultura brasileiras da época, que via livres da “decadência metafísica e da barbárie”. Era mesmo assim, poderia ter sido assim? A primeira parte, estimulante, traz ideias diferentes (nada pacíficas) sobre o que significou (ou teria significado) Brasília.


JOSÉ TEIXEIRA COELHO NETTO é professor titular aposentado da ECA-USP, crítico e curador do Masp (Museu de Arte de São Paulo).

(via Folha de São Paulo)

12 thoughts on “Os melhores livros de 2009 – Folha de S. Paulo

  1. Bom, esta lista de livros deve ser boa só para os intelectuais. Tenho certeza que um aluno de educação básica não tem conhecimento nenhum sobre Maquiável e Nietzsche ( e olha que há aqueles que nunca ouviram falar sobre. Com uma educação falha e cheia de lacuna, não há possiblidade de forma excelentes leitores. Agora, vem essa “menininha” que com certeza deve ser filhinha de papai falar sobre CULTURA?! pelo amor né?! Quem forma os filhos da globalização manipulada pelo modismo é os governantes é a vitíma é o povo. E me diz o que é mas acessivel, c ou Crepúsculo? Pois é… Há maneiras e maneiras de falar. E seja mais humilde e educada é claro!!
    Não tenho a sua idade e com certeza seu grau de instrução também não. Me formei quando você ainda usava fraldas, na Universidade de São Paulo (Letras) e nunca li Nietzsche, mais já li crepúculo, a cabana e tudo o que a globalização e o modismo nos impõe…

  2. Bom, esta lista de livros deve ser boa só para os intelectuais. Tenho certeza que um aluno de educação básica não tem conhecimento nenhum sobre Maquiável e Nietzsche ( e olha que há aqueles que nunca ouviram falar sobre. Com uma educação falha e cheia de lacuna, não há possiblidade de forma excelentes leitores. Agora, vem essa “menininha” que com certeza deve ser filhinha de papai falar sobre CULTURA?! pelo amor né?! Quem forma os filhos da globalização manipulada pelo modismo é os governantes é a vitíma é o povo. E me diz o que é mas acessivel, c ou Crepúsculo? Pois é… Há maneiras e maneiras de falar. E seja mais humilde e educada é claro!!
    Não tenho a sua idade e com certeza seu grau de instrução também não. Me formei quando você ainda usava fraldas, na Universidade de São Paulo (Letras) e nunca li Nietzsche, mais já li crepúculo, a cabana e tudo o que a globalização e o modismo nos impõe…

  3. Afff, Aline desde qndo q Nietzsche é livro bom??? Credo é horrível, Agoraaaaa eu concordo com a Victória, plenamente…
    Na minha opinião tah faltando SIM a saga Twiligth, A Cabana, Diários do Vampiro, entre outros…

    E gosto eh como #$%, kda um tem o seu!

  4. Afff, Aline desde qndo q Nietzsche é livro bom??? Credo é horrível, Agoraaaaa eu concordo com a Victória, plenamente…
    Na minha opinião tah faltando SIM a saga Twiligth, A Cabana, Diários do Vampiro, entre outros…

    E gosto eh como #$%, kda um tem o seu!

  5. aiii essa Aline aí se acha tãããão inteligente e culta só pq le uns livros mais ou menos…

    nada a ve; a maior prova de inteligencia é respeito e educação…

  6. aiii essa Aline aí se acha tãããão inteligente e culta só pq le uns livros mais ou menos…

    nada a ve; a maior prova de inteligencia é respeito e educação…

  7. Aline, não é por que os livros são modernos e (convenhamos) modas, ou coisas do tipo que não são tidos como cultura. Não são apenas os autores clássicos e antigos que tem seu valor nos dias de hoje, se há tanta tecnologia e modernidades por que não se aplicariam aos livros tais?
    Realmente deves rever tuas opiniões, não deve tachar de livros melhores os que tu gostas, eles só atingem um público diferente de Crepúsculo ou etc.
    Eles são fantasias adolescentes e por isso nas livrarias se encontram na estante “Ficção”.
    Não critique o que a garota disse sobre os melhores livros do ano, pois é a opinião dela. Devia ser mais receptiva e bem-educada.
    Abraços.

  8. Aline, não é por que os livros são modernos e (convenhamos) modas, ou coisas do tipo que não são tidos como cultura. Não são apenas os autores clássicos e antigos que tem seu valor nos dias de hoje, se há tanta tecnologia e modernidades por que não se aplicariam aos livros tais?
    Realmente deves rever tuas opiniões, não deve tachar de livros melhores os que tu gostas, eles só atingem um público diferente de Crepúsculo ou etc.
    Eles são fantasias adolescentes e por isso nas livrarias se encontram na estante “Ficção”.
    Não critique o que a garota disse sobre os melhores livros do ano, pois é a opinião dela. Devia ser mais receptiva e bem-educada.
    Abraços.

  9. Nossa, mas que garota “inteligente”!
    Querida, tu és uma filha da globalização manipulada pelo modismo, ou seja, livros como a saga Crepúsculo..Não passam de fantasia adolescente, então, lhe dou um conselho: – Leia livros melhores!
    Começe com Maquiável e depois Nietzsche.. Bom, depois de adquirires CULTURA, terás o poder de criticar algo!
    Por enquanto, reflita! E, perceberas que estás sendo mais uma pobre capitalista provinciana, lhe desejo sabedoria.

    Ps: Não pense que eu sou uma “velha chata”, pois devemos ter a mesma idade. Pois, tenho 16 anos.
    Façamos a revolução antes que à façam.
    Abraços.

  10. Nossa, mas que garota “inteligente”!
    Querida, tu és uma filha da globalização manipulada pelo modismo, ou seja, livros como a saga Crepúsculo..Não passam de fantasia adolescente, então, lhe dou um conselho: – Leia livros melhores!
    Começe com Maquiável e depois Nietzsche.. Bom, depois de adquirires CULTURA, terás o poder de criticar algo!
    Por enquanto, reflita! E, perceberas que estás sendo mais uma pobre capitalista provinciana, lhe desejo sabedoria.

    Ps: Não pense que eu sou uma “velha chata”, pois devemos ter a mesma idade. Pois, tenho 16 anos.
    Façamos a revolução antes que à façam.
    Abraços.

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