■ Tensão. Permaneceu em silêncio. Seguiram apreensivos. Trovão.
■ Basta? Para o bom entendedor, disse apenas ums poucs plvrs. Não bastou.
■ Caminho. Luz e sombra. Janela aberta. Porta fechada. Sem porta.
■ Grito. Alguém faça alguma coisa, por fav…!!
■ Silêêênncio. Nunca mais se ouviu a sua voz.
■ Depois de morder um cachorro, foi trabalhar com o rabo entre as pernas.
■ Acendeu o fogo. Ele ascendeu numa explosão.
■ Pela porta da frente, entrou na festa. Pela porta dos fundos…
■ Parou na portaria, porque a porta não se abria a quem portasse algo estranho. Voltou.
■ Todos se divertiram com os seus arroubos. Depois foram embora.
■ Quando saiu da joalheria era esperada lá fora.
■ Tinha medo de engolir objetos metálicos. Anorexia.
■ Férias vencidas. Planos atualizados. Viagem adiada. Um dia, talvez.
■ Saiu para uma tempestade. Teria voltado cheia de lua e estrelas.
■ A partir daquele dia, evitou se sentar em coletivos, bancos de praças ou quaisquer lugares públicos.
■ Mas ainda não havia chegado ao seu destino.
■ Contra a vontade do pai, desafiou as leis da natureza.
■ De repente a festa foi interrompida por uma notícia que acabava de chegar.
■ Chegou até a porta do estádio.
■ Almoçou com a mãe e continuou sendo esperada para a reunião.
■ Ao chegar do almoço comentou o que havia acontecido. Ninguém acreditou.
■ Depois de atravessar a ponte, ganhou a estrada e caminhou sem parar. Sem parar. Para onde?
■ Na noite escura, ouviu-se uma voz que saía do vazio.
■ No mosteiro, o abade anunciou o próprio casamento.
■ No sexto andar já não havia mais ninguém. Só um elevador parado antes de chegar.
■ Quando olhava pela janela, a porta se abriu. E não era o vento.
■ Quando voltou, o carro não estava lá. Foi visto na garagem de casa.
■ Duas horas da manhã. Mas o dia continuou sendo o de ontem.
■ Uma hora depois veio o silêncio. Passos cadenciados e fila indiana.
■ Tocou a marcha nupcial. E tocou a marcha nupcial. E tocou a marcha nupcial.
■ Fugiu. Mas era tão grande a sua fuga que se deixou no mesmo lugar.
■ Havia uma barata sobre o lençol branco. Estava só de passagem.
■ Na livraria, comprou um romance premiado. Arrancou as 17 primeiras páginas e saiu.
■ Saltou. Ainda estava no alto. O alto era alto demais.
■ Tinha saído mais cedo. Mas ainda não estava em lugar nenhum.
■ A senha era 98 e atendiam a 23. O romance era de Dostoievski.
■ – Senhor, o prazo termina hoje, mas é só no Banco X.
■ Decidiu que nunca mais se machucaria na caminhada. Então parou de andar.
■ Estava a caminho de casa quando tudo aconteceu.
■ Eu quase te amei aproximadamente muito.
■ “Vai ser bom, não foi?” – disse, com calma apressada.
■ Comprou toda a promessa. Pagou por toda a vida. Queria ser feliz.
■ Aquele deus caiu na profundidade do buraco negro. Deus me livre!
■ Sem ter o que comer, alimentou-se de esperança e desejou que o corpo fosse compreensível.
■ Amou sem medida. Viveu sem medida. Morreu na medida certa.
■ A aula acabou. A escola fechou. O professor sumiu. O aluno voltou no escuro.
■ Corta. Lava. Tempera. Cozinha. Serve. Lava. Corta. Lava. Tempera. Cozinha. Serve. Lava. Corta. Lava. Leva a vida sem gosto.
■ Só depois me revelou o que havia acontecido naquela estrada.
■ Faltava apenas encontrar o nome do Continente.
■ Abriu Passa-se o ponto Aluga-se Abriu Passa-se o ponto Aluga-se Abriu Passa-se o ponto Aluga-se Igreja
■ Ainda era tarde para recomeçar. Correu correu correu correu correu está correndo.
■ Já estava bem perto de casa quando tudo ficou longe demais.
■ Chuva fina. Falta de energia. Rua decadente. Onde passa o ônibus?
■ Pulou do centésimo andar e caiu em lugar nenhum.
■ Bairro inexistente, rua sem nome, casa sem número e urgência de chegar.
■ Andrea gostava do marido e dava a vida por uma barra de chocolate.
■ A escada garantiu a subida.
■ No caixão, ouviu o que queria ouvir: – Olha, ele está respirando!
■ Ele não foi claro. Com suas contradições, inventava toda forma de abismo. O clima era de incerteza.
■ Quando foi embora, deixou meu corpo quebrado.
■ Estava na parte mais alta e perigosa. Ainda não sabia como descer.
■ Como não havia ninguém para abrir a porta, o assaltante foi embora.
■ Em fuga, mirou a porta da casa e viu todos os seus dentes. Fugiu.
■ Fabricava sapatos. Mas não sabia fabricar estradas. Faliu.
■ Entrou na biblioteca. Mas naquele dia os autores tiveram um branco.
■ Quase todas as paredes da casa foram arrancadas. Mas ficou uma, e nela ainda era possível ler o nome que o temporal não soube apagar.
■ Não escreveu mais; nenhuma palavra. Ficou mudo. Estava quebrado por dentro e por fora.
■ Alguns dias depois, ela voltou. A porta estava aberta. No lugar do alimento, formigas. Voou.
■ Bow!! Escuridão. Alguém sabe onde está…?
■ Botões. Votou a favor da Terceira Guerra Mundial.
■ Decidiu que seria persistente. Mas persistiu na indecisão.
■ No entanto, era otimista quanto à duração do sentimento de culpa.
■ Ele era negro. Mas tinha preconceito. De negro.
■ Fez a primeira experiência. Mas ultrapassou limites perigosos. E todos testemunharam o estrago causado pelo exagero.
■ Foi guiado por uma voz forte e chegou longe demais. Não podia mais voltar. E seguir em frente era muito perigoso.
■ Quando comprasse aquele ícone para ela se livraria do sentimento de culpa.
■ Foi quando, enfim, ela disse:
■ Não sabia se desejava ficar. Mas não estava certo de que desejava partir. E o último trem estava com pressa.
■ Sem ter se recuperado, teve sua crise emocional mais forte e saiu na madrugada com passos incertos de desespero.
■ Foi embora com a primeira mulher. Deixou a segunda em terceiro plano.
■ Chegou mais cedo, mas era tarde demais.
■ Deixava os sonhos de ontem para a semana que vem. E descansava até se cansar.
■ Dmasiadamnt procupado com a ncssidad d sr claro, as palavras sumiram não fz o discurso d formatura.
■ No banco, soube toda a verdade. Depois se acabou no banco da praça.
■ Mentiu mentiu mentiu mentiu mentiu mentiu. Deu de cara com a verdade.
■ Não teve tempo de se levantar.
■ Quinze anos, ela. Quarenta e sete anos, ele. Ela desejou que ele ficasse. Ele quase ficou. Impasse.
■ Na consulta com a vidente, ninguém viu nada.
■ Meio de longe, ouvi a sua voz inesperada – ela precisava falar comigo. Subi e subi. Minhas pernas travaram. Caminho interrompido. Conexão interrompida. História interrompida. A vida lançaria uma nova temporada?
■ Depois do baile, começou tudo de novo.
■ Com medo daquela barata corriqueira, fugiu apressado, abandonando todas as possibilidades escondidas. Vazio.
■ Na mente e no coração desfez cada traço daquele rosto até que se tornasse eternamente ninguém.
■ Não acreditava em nada que lhe dissessem; apenas confiava nas próprias certezas. Queria provar a sua verdade. Mas, sem vacina, a verdade não respeitou suas convicções.
Rubens Marchioni é Youtuber, palestrante, produtor de conteúdo e escritor. Autor de livros como A conquista e Escrita criativa. Da ideia ao texto. [email protected]. https://rumarchioni.wixsite.com/segundaopcao