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“Livro sobre a 2ª Guerra é uma viagem frenética pelo horror”- Correio Popular

/ LANÇAMENTO / Obra de Philippe Masson descreve e analisa cada episódio decisivo do conflito

Rogério Verzignasse
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
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A editora paulistana Contexto acaba de colocar no mercado uma obra detalhada sobre o pior conflito bélico da história da humanidade, que provocou a morte de 50 milhões de pessoas. A Segunda Guerra Mundial, inédita pela extensão dos massacres, foi marcada principalmente pelo emprego dos meios de destruição em massa e pela consolidação dos Estados Unidos e da União Soviética como grandes potências mundiais. Mas a análise pormenorizada do historiador francês Philippe Masson vai muito além das informações consagradas pelo cinema ou pela literatura. Os apaixonados por história têm agora, nas mãos, um livro que vasculha táticas, avanços tecnológicos, manobras psicológicas, habilidade diplomática e, principalmente, a inércia de quem se esperava ação.

A Segunda Guerra Mundial — História e Estratégias, em 640 páginas, descreve e analisa, do começo ao fim, cada episódio decisivo daquela passagem obscura. É uma “obra definitiva”, se é que se pode dar o adjetivo a um tema complexo, apaixonante, que já teve e ainda terá muitas versões. O autor Masson, pelo menos, se propôs a contemplar o maior número possível de versões e opiniões, mergulhando em uma bibliografia composta por quase 400 publicações consagradas que, ao longo das últimas décadas, trataram de temas como relações internacionais, economia em tempo de guerra e informações manobradas por sistemas de propaganda.

No final do livro, o leitor tem a impressão de ter feito uma viagem frenética por todos os teatros sangrentos, da Europa ao Pacífico. O cidadão passa ter noção sobre ações de guerrilha, detalhamento de armas, estratégias de retaguarda e resistência. É apresentado a nomes: o autor da tática, o inventor da bomba, o piloto do avião. E, naturalmente, toma consciência de que o poder na mão de lideranças incompetentes e irresponsáveis se traduz em intolerância, sofrimento e morte.

Masson critica a inacreditável mansidão das potências ocidentais que assistiram, anos a fio, o desmoronamento do Tratado de Versalhes, que permitiu a Adolf Hitler reconstruir o Reich. Sem disparar um único tiro de fuzil, e respaldado por uma habilidade política ímpar (que falava em pacifismo e direitos trabalhistas), o führer conseguiu montar um arsenal invejável, sem despertar a menor desconfiança dos dirigentes vizinhos. Quando o mundo se deu conta do que acontecia, a Alemanha já tinha anexado a Áustria e os Sudetos, desmanchado a Checoslováquia e planejava ter todo o continente europeu (e o mundo) aos seus pés.

A Contexto lançou a obra nas livrarias brasileiras em comemoração aos 66 anos do desembarque aliado na Normandia. O dia 6 de junho de 1944, conhecido como “Dia D”, foi o marco divisó rio do conflito. Marcou o início da derrocada nazista. O autor confere, ao texto, informações preciosas: 6,5 mil embarcações, formado 75 comboios, atravessaram o Canal da Mancha, enquanto a aviação aliada destruía sistemas de alerta e fazia ataques de despistamento.

Além de dar detalhes sobre o horroroso massacre de civis em Hiroshima e Nagasaki (que conferiu à guerra um desfecho sinistro), o autor Masson revela detalhes ricos da pesquisa que, desde 1934, comprovaram a desintegração do átomo. E como em 1938 físicos alemães Hahan e Strassmann comprovaram que a desintegração gerava uma quantidade de energia avassaladora. O consagrado Einstein, ainda no começo da guera, escreveu ao presidente Roosevelt sobre a possibilidade de se fabricar uma arma surpreendente e radiotiva. E os EUA se apressaram no desenvolvimento da bomba.

Masson reuniu detalhes da construção de cada centro de pesquisa, explica como o experimento se transformou na arma letal que provocou a morte de 130 mil japoneses nos ataques dos dias 6 e 9 de agosto de 1945.

Além dos detalhes daquela ação sinistra (que revela o nome da operação, dos pilotos e dos aviões), o historiador Masson lembra que um crime bárbaro contra vidas humanas foi praticado com a conivência de todas as nações do mundo, que em nenhum momento questionaram a legitimidade da estratégia. Os livros de história da escola, por exemplo, não detalham que o Japão sofria, há pelo menos um ano, com bombardeios e assaltos frequentes, desferidos pelos aliados. E que o uso da bomba atômica, naquele momento, podia muito bem ser evitada. O historiador lembra que a bomba atômica serviu para inaugurar a era do terror sobre as populações.

SAIBA MAIS

A Segunda Guerra Mundial – História e Estratégias foi escrito pelo historiador francês Philipe Masson, professor universitário, doutor em Letras e especialista em conflitos do sécul o 20.

640 páginas
ISBN: 978-85-7244-467-5

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