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Introdução à Antropologia | Lançamento

Neste livro apresento um curso de introdução à Antropologia com duas preocupações: uma temática e outra histórica. Em termos históricos, essa introdução abarca principalmente o século XIX e a formação do pensamento antropológico, com foco nos três movimentos intelectuais que moldaram a disciplina: o evolucionismo, o difusionismo e o culturalismo. Embora os três tenham cruzado a fronteira do século XIX para o século XX, apenas o último deles pertence ao que poderíamos chamar de “Antropologia Moderna”, justamente pela crítica que fez aos dois movimentos anteriores. Assim, o culturalismo teve e tem vida intensa no século XX e até no XXI. Aqui foco apenas no seu criador principal e rapidamente em algumas das suas principais alunas.

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As aulas apresentadas nesta obra introduzem as questões fundamentais para a organização da disciplina antropológica, lançadas ainda no século XIX: entre elas, os conceitos de evolução (depois duramente criticado), de difusão e de cultura. Adentro também uma espécie de análise de questões que podem ser consideradas antropológicas, mesmo que tenham sido pensadas e desenvolvidas antes do século XIX. As aulas 1, 2, 5, 6 e 7 tratam desse arco historiográfico do pensamento antropológico.

Ao mesmo tempo, para uma introdução ao pensamento antropológico, imagino ser fundamental avançar por discussões mais contemporâneas que explicitem o modo de operação da disciplina. Optei, então, por uma discussão temática que ofereça ao leitor um sabor da Antropologia contemporânea, adotando o tema da descrição europeia sobre os povos nativos da América, como uma introdução ao pensamento antropológico. Nas aulas 3 e 4 apresento essa perspectiva, ainda que integrada ao desenvolvimento mais historiográfico do pensamento antropológico. Nesse sentido, avanço por descrições dos nativos americanos desde o século XVI até o final do século XX, como forma de oferecer um vislumbre de como questões antigas (como a temática do canibalismo) foram tratadas pela Antropologia contemporânea.

Este livro apresenta, assim, tanto uma perspectiva rigorosamente historiográfica da formação do pensamento antropológico quanto uma perspectiva da Antropologia contemporânea como fonte de pensamento sobre a diferença. Trata-se de um instrumento importante e produtivo para estudantes, interessados e curiosos a respeito do pensamento antropológico.

Como um curso introdutório e ao contrário de outros livros sobre história da Antropologia, aqui foco apenas no século XIX, com um rápido avanço temático como exemplo das potencialidades do pensamento antropológico.

Esta introdução à Antropologia é fruto da minha experiência como docente na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde trabalho desde 2004. Este é o resultado da experiência de anos oferecendo na universidade cursos introdutórios em que busquei atender melhor à questão historiográfica do pensamento e também oferecer uma perspectiva temática que despertasse nos alunos o interesse pela disciplina antropológica.

Espero que seja esta leitura ajude a entender o complexo desenvolvimento de um pensamento sobre a diferença que busca ultrapassar os localismos, racismos e colonialismos tão recorrentes no mundo contemporâneo. Escrevendo na terceira década do século XXI, num momento de avanço de fascismos, preconceitos e intolerâncias de todas as ordens, nunca foi tão necessária a divulgação da perspectiva essencialmente humanista e anti-intolerância da Antropologia, uma espécie de antídoto ao avanço das formas mais perigosas de aversão à diferença do nosso mundo atual.

Como é indispensável num livro com intenção claramente didática como este, muitos autores são citados. Entretanto, várias das obras citadas são reedições de livros editados pela primeira vez em tempos passados. Isso causa certa confusão, já que leva o leitor a não situar no tempo exato aqueles autores. Para evitar esse problema, inseri ao final do livro uma pequena lista de informações biográficas básicas de autores citados, com suas datas de nascimento e falecimento. Toda vez que um autor é citado no livro pela primeira vez, o nome aparece em negrito, indicando uma entrada na lista de informações biográficas. Para autores vivos, optamos por não inserir informações, entendendo que essa confusão temporal não é significativa.


Igor José de Renó Machado é antropólogo, formado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) (graduação, mestrado e doutorado) e é professor titular do Departamento de Ciências Sociais e da pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Tem publicado livros sobre temas diversos, com destaque para o tema das migrações, além de livros didáticos para o ensino médio.

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