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Estudo população ancestral pré-japonesa

Estudo descobre uma terceira população ancestral pré-japonesa. Ao analisarem ossos pertencentes a diferentes indivíduos das sociedades que precederam a construção do Japão moderno, os cientistas confirmaram uma hipótese há muito especulada sobre.

Estudo população ancestral pré-japonesa
Um dos esqueletos analisados / Crédito: Divulgação/ Shigeki Nakagome

Um grupo de cientistas descobriu uma das peças que faltavam no quebra-cabeça genético da população japonesa, segundo relatado em um estudo publicado no Science Advances na última sexta-feira, 17. 

Os pesquisadores estudaram os restos mortais de 12 indivíduos que viveram em dois dos três diferentes períodos históricos da sociedade pré-japonesa.

Nove eram do período Jomon (que durou de 13.000 a.C a 300 a.C), em que o território era ocupado por caçadores-coletores nômades, e os últimos três haviam vivido durante o Kofun (300 d.C a 700 d.C), em que ocorreu a formação do Japão moderno.

Entre essas duas fases, houve o período Yayoi (900 a.C a 200 d.C), em que agricultores se mudaram para o território asiático. Nenhum dos esqueletos examinados, todavia, pertencia à essa sociedade focada no cultivo da terra. 

Através do sequenciamento dos genomas dos ossos antigos, os especialistas descobriram que as pessoas que vivem no país hoje são descendentes não apenas de dois povos ancestrais, como antes pensado, e sim três. 

“Estamos muito entusiasmados com nossas descobertas sobre a estrutura tripartida [de três partes] das populações japonesas”, comentou Shigeki Nakagome, o principal autor do estudo, em entrevista ao Live Science. 

“Acreditamos que nosso estudo demonstra claramente o poder da genômica antiga para descobrir novos componentes ancestrais que não podiam ser vistos apenas a partir de dados modernos”, continuou o cientista. 

A conclusão do estudo foi de que o genoma mostrava 13% de ancestralidade compatível com os Jomon, 16% com o Nordeste Asiático, e 71% com o Leste Asiático

A hipótese de que o povo japonês descendia de três populações diferentes, e não duas, já havia sido proposta há muito, no entanto, ainda não havia provas tão sólidas como as conseguidas no novo estudo. 

“Evidências arqueológicas há muito sugerem três estágios de migração, mas o último foi amplamente ignorado. Esta nova descoberta confirma o que muitos de nós sabíamos, mas é bom que agora obtenhamos evidências também da área médica”, comentou o historiador Mikael Adolphson, que não fez parta da pesquisa, também em conversa com o veículo. 

Fonte: Aventuras na História