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Educação ambiental para o ensino básico | Márcia Maria Santos

A obra “Educação ambiental para o ensino básico: percursos formativos” foi elaborada com o intuito de fortalecer e propagar a educação ambiental (EA) a partir do protagonismo das distintas comunidades escolares na resolução das respectivas problemáticas socioambientais presentes no meio que as circunda.

Para isso, ao longo da obra, são propostas sequências didáticas que direcionam o leitor a fazer duas integrações basilares: a primeira está voltada para a contextualização das amplas temáticas socioambientais junto às problemáticas locais; a segunda está direcionada para a integração entre a escola e os diferentes agentes sociais que permeiam o seu meio, como a comunidade em geral, gestores públicos e empresas. 

As diferentes interações que permeiam a obra permitem-lhe ser utilizada por diferentes profissionais, de diferentes contextos, que busquem trabalhar a EA na comunidade escolar associada ao meio que a envolve. Essa característica do livro amplia as possibilidades de práticas pedagógicas ativas direcionadas às singularidades locais.

Ao inter-relacionar as amplas demandas socioambientais planetárias com as particularidades da escala geográfica local, o livro traça caminhos metodológicos que permitem a execução de ações concretas, orientadas para a conservação do meio ambiente a partir da integração da escola com a sociedade. 

Ao longo da obra são expostos alguns itinerários que permitem realizar associações entre as diferentes escalas geográficas com o intuito de contribuir com práticas de educação ambiental. Esses percursos formativos foram estruturados em sequências didáticas interdisciplinares que convidam o leitor à execução de ações práticas em educação ambiental de modo integrado e contextualizado com a realidade local.

Educação ambiental para o ensino básico | Márcia Maria Santos
Leia um trecho do livro aqui

O livro, portanto, contribui com práticas pedagógicas que podem ser adotadas em diferentes lugares, mediante a contextualização de amplos temas socioambientais junto à realidade local em que qualquer escola esteja inserida. Para isso, a obra oferece instrumentos metodológicos que viabilizam o desenvolvimento de diferentes atividades práticas àqueles interessados em trabalhar a educação ambiental contextualizada com o próprio lugar.

As propostas das práticas pedagógicas estão organizadas, como dito, com base em sequências didáticas (SD) que possibilitem, de modo interdisciplinar, trabalhar com amplos temas socioambientais associados às especificidades locais. A primeira SD é intitulada “Meio ambiente e consumo: da exploração ao descarte”, e tem o intuito de evidenciar a problemática socioambiental e expor possibilidades de mudanças de hábitos a partir das etapas de extração, produção, consumo e descarte. A segunda, “Trilhas do saber: educação ambiental e comprometimento com as paisagens naturais”, busca contribuir com a responsabilidade socioambiental a partir de trilhas ecológicas. O uso desses instrumentos pedagógicos, além de se encaminhar para a integração da comunidade escolar, promove o envolvimento de agentes sociais que compõem o lugar. 

A inserção das problemáticas socioambientais locais na rotina da escola oportuniza a intensificação do sentimento de pertencimento de todos os que integram as atividades, tanto a comunidade escolar quanto os demais agentes sociais. Essas ações motivam o envolvimento com questões que são demandas planetárias, e consequentemente, geram o comprometimento ambiental.

Desta forma, a EA pode ser entendida, neste livro, como processo de formação educacional, presente em todos os níveis de ensino, que prepara o estudante para se tornar um sujeito ativo em seu meio, integrado aos demais agentes sociais, por meio do compartilhamento de conhecimento e ações entre os agentes envolvidos.

Ao conciliar as demandas globais e as locais referentes ao meio ambiente, surgem várias questões a serem trabalhadas no ambiente escolar e difundidas na sociedade. Isso fortalece o outdoor learning, ou seja, o aprendizado ao ar livre. Essa prática se mostra cada vez mais necessária e se expande em todo o mundo como uma alternativa para a saúde do meio ambiente e da própria sociedade. 

A partir da aproximação entre a escola e a análise do espaço local, os professores, os estudantes e todos os envolvidos podem se tornar agentes ativos no processo de identificação, planejamento e execução de ações referentes à educação ambiental dentro e fora da comunidade escolar. Esse encadeamento de ações contribui para evidenciar a responsabilidade que cada indivíduo tem sobre o planeta e assim disseminar, no cotidiano, práticas de EA voltadas à conservação do meio ambiente.

A contribuição da proposta do livro ultrapassa a teoria abstrata e se aproxima da realidade de cada comunidade escolar. Nessa concepção, cada lugar pode concretizar ações em EA que promovam a conservação do meio ambiente. Ao discutir essas e outras questões, “Educação ambiental para o ensino básico” propõe meios de inserir a temática no cotidiano da escola. Assim, a obra visa orientar o trabalho do professor para a formação de sujeitos críticos que possam não apenas refletir e pensar em soluções dentro de sala, mas agir no meio em que vivem por meio de ações sustentáveis. Esta obra é fundamental para estudantes de pedagogia e licenciaturas, professores já atuantes e pesquisadores da área.


Márcia Maria Santos é professora de Geografia do Instituto Federal de Sergipe e do Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional para Ensino das Ciências Ambientais – Universidade Federal de Sergipe (PROFCIAMB/UFS). Graduada em Geografia (Licenciatura) pela UFS, possui especialização em Gestão Pública Municipal, mestrado e doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia pela mesma instituição. Atua em pesquisas voltadas para análise regional; cidades pequenas e médias; e educação ambiental com ênfase na integração entre comunidade escolar e o lugar.

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