Entre farsas e fake news: as mentiras sobre a Segunda Guerra. Rumores que envolviam o Führer e os soldados nazistas ainda são reproduzidos nos dias de hoje.
Durante a Segunda Guerra Mundial, tanto o Eixo quanto os Aliados utilizaram fortes propagandas de massa a fim de apresentar seus próprios lados sobre o conflito. A ferramenta era tão eficiente que, mesmo após décadas, conseguem persuadir e distorcer os fatos.
Obras cinematográficas que representam o acontecimento histórico também contribuem para a reprodução de sensos comuns e mitos que quase sempre não fizeram parte da realidade de quem viveu o evento. Livros que envolvem uma ficção baseada na história também colaboram para esse cenário.
“A persistência desses mitos, mesmo não sendo exatos, revela uma dificuldade: apesar de suas habilidades, os historiadores nem sempre conseguiram mostrar ao grande público os frutos de seus trabalhos”, escreve Jean Lopez, historiador e jornalista, no livro Os Mitos da Segunda Guerra Mundial.
Inflar histórias sobre episódios que teriam acontecido durante o conflito parece um fator comum à sociedade tanto logo após o acontecimento quanto atual. Alguns dos mitos persistem até os dias de hoje.
A derrota francesa
A Batalha da França fez de Paris território germânico – coisa que, durante a Primeira Guerra, os alemães haviam tentado com afinco e não conseguiram. A cidade só voltaria a pertencer aos franceses em 1944. De quebra, a vitória sobre a França expulsou as tropas inglesas do continente e levou Hitler às portas de Londres.
Existe um mito que diz respeito à ideia de que a França teria “desenrolado o tapete vermelho” ao líder nazista, permitindo que ele facilmente ocupasse o país. O problema é que os franceses ainda estavam tentando se recuperar dos estragos que sofreram ao longo da Primeira Guerra. A fragilidade, então, fez com que a Alemanha conseguisse tomar o território de maneira muito mais simples que o normal.
A dança de Hitler
Não há evidências que sustentem a bizarra história de que Hitler dançou um pouco ao ouvir que seu Exército havia ocupado prontamente o território francês. Como líder de um país, o nazista não zombaria assim da sua posição na guerra.
É claro que o governante ficou surpreso — positivamente — devido ao fato de ter conseguido conquistar mais fácil do que esperava a França.
Batalha de Dunquerque
A evacuação de Dunquerque faz parte do imaginário popular devido a sua certa frequência em filmes de Hollywood — que normalmente aumentam a história para algo que não necessariamente aconteceu de verdade. O mito que cerca essa narrativa é a possibilidade de Hitler ter instruído seus soldados a não atacarem os britânicos, em uma espécie de homenagem a Churchill.
O fato é que o Exército nazista estava fazendo um descanso no local e teriam se reagrupado durante a evacuação. Mas isso não quer dizer que o líder havia feito isso em saudação ao Reino Unido, e sim que isso foi uma coincidência de tempo.
Fonte: Aventuras na História