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A vida com afeto é mais saudável e equilibrada | Rubens Marchioni

NO DISCURSO DE ‘O grande ditador’, o personagem de Charles Chaplin sentenciou: ‘Mais do que máquinas, precisamos de humanidade… Mais do que inteligência, precisamos de afeto e ternura’. O anseio por transformação já vem de longe, portanto.

Desenvolver o afeto é essencial para uma vida saudável e equilibrada. Se acontecer em boa medida, os efeitos logo se manifestarão a olhos nus. As pessoas revelarão traços de um equilíbrio sempre desejado. Quando isso se tornar real, o que veremos é alguém com um comportamento mais centrado. E todos ganharão.

Mas também é certo que, em alguns casos, as demonstrações de afeto se tornam excessivas. Distorcem o projeto de educação e descambam para a formação de pessoas com personalidade fraca e incapacidade de resistir às adversidades e frustrações impostas pela vida, sem consulta prévia.

Tais pessoas são constantemente surpreendidas por uma derrota anunciada. Não raro, elas impõem a culpa de seus fracassos a terceiros. Porque sabem que assumir a responsabilidade pelos próprios atos é uma decisão exigente e custosa. Assim, tudo o que conseguem é tornar ainda mais difícil o que já se mostrava bastante arrastado e penoso.

É fácil perceber quando esse cenário acontece. Sobretudo no ambiente corporativo, que se torna carregado e tenso. O problema, nesse caso, se reflete não apenas no relacionamento entre os pares. Ele ultrapassa fronteiras e atinge os clientes externos. E todos perdem.

Como solucionar o impasse? Uma das formas, talvez, seja a busca de acompanhamento psicoterapêutico. Pensando em termos ideais, o que se deseja é uma pessoa cuja carência de afeto em alguma medida tenha sido superada e, no lugar, exista um ser humano bem resolvido emocionalmente. Gente que vence pela inteligência, dentro de uma sociedade que prega a disseminação irresponsável de armas.

Desde que se busque o equilíbrio, a presença do afeto leva à formação de pessoas com a devida resistência para enfrentar os desafios naturais da vida, como disse. Elas atuam nesse cenário usando a serenidade indispensável para não se tornarem brutas ou indiferentes. Têm consistência e adequação na medida certa. Não pecam por extremos.

Seja como for, essa forma de relacionamento entre as pessoas se revela cada vez mais indispensável para garantir a criação de uma sociedade com traços mais humanos. E não é preciso ir muito longe para perceber que esse é um compromisso de cada um.

O convite está feito. É desse engajamento que vai nascer o mundo renovado, que se tornou urgente.


RUBENS MARCHIONI é palestrante, publicitário, jornalista e escritor. Eleito Professor do Ano no curso de pós-graduação em Propaganda da Faap. Autor de Criatividade e redação, A conquista Escrita criativa. Da ideia ao texto[email protected] — http://rubensmarchioni.wordpress.com