Se epidemias já são preocupantes, pandemias então nem se fale. Em um momento delicado como este, a falta de informação pode causar pânico – daí a importância de se estar bem informado.
A história da humanidade contada pelos vírus, escrito por um brilhante médico infectologista brasileiro, em estilo agradável e de fácil leitura, traz a genética definitivamente para a área das ciências do homem. Imprescindível.
APRESENTAÇÃO DO LIVRO
“O século do genoma”. Talvez assim venha a ser conhecido no futuro o século XXI. Direta ou indiretamente, o estudo do dna está a nossa volta. Até programas populares de tv utilizam-se dele para alavancar sua audiência…
Este livro aborda os avanços no entendimento do dna ou rna dos microrganismos causadores de doença ao homem. Essa nova ciência alia-se à Arqueologia para esclarecer parte da história da humanidade. Mais ainda, a obra revela como vírus e bactérias têm sido protagonistas centrais, não meros coadjuvantes, do processo histórico. Capazes mesmo de “narrar” a História.
Os cientistas já são capazes de resgatar vírus que infectaram animais ancestrais e que contribuíram para o surgimento dos animais placentários, inclusive o próprio homem. Nosso dna contém suas pegadas. Identificamos as infecções que acometeram desde hominíneos ancestrais até o homem moderno, desde nossa separação dos macacos até as doenças adquiridas na África, inclusive a tuberculose – companheira eterna do homem.
Os microrganismos mostram a trajetória seguida pelo homem desde nossa saída do solo africano. Acusam também quais hominíneos o homem moderno pode ter encontrado pelo planeta (afinal, convivemos com o Homo erectus?). Revelam ainda nossa provável rota de entrada na América, a época em que iniciamos o uso de roupas etc. Sítios arqueológicos mostram, agora, a presença de dna ou rna de microrganismos e revelam parte do caos instaurado por esses agentes microscópicos.
O material genético dos microrganismos escondia parte da história da migração de animais, bem como a humana. Agora, começa a mostrar a globalização antiga e contínua dos germes, revela a história geográfica do planeta e a origem de muitas doenças humanas. Por meio do dna e rna desses germes podemos saber quando e como as epidemias atuais (como a dengue, tuberculose, aids, “gripe do frango”, ebola, hepatite etc.) iniciaram-se de maneira lenta e silenciosa anos e décadas atrás e de que forma elas condicionaram a existência humana, dizimando populações, estimulando conflitos, infectando combatentes, promovendo êxodos, propiciando miscigenação, fortalecendo ou enfraquecendo povos.