Ku Klux Klan (KKK) é o nome adotado por diversas organizações nos Estados Unidos que pregam a supremacia dos brancos, antissemitismo, racismo, anticatolicismo, anticomunismo, homofobia e nacionalismo. O primeiro Klan surgiu no Tennessee em 24 de dezembro de 1865. Frequentemente, essas organizações recorrem ao terrorismo, à violência e atos intimidatórios (como queima as cruzes) para oprimir suas vítimas.
Esses grupos foram organizados por veteranos do Exército Confederado dos Estados Unidos, ou seja, soldados que haviam lutado pelos estados do Sul, o lado derrotado, que, depois da Guerra da Secessão, quiseram resistir à Reconstrução.
As duas palavras iniciais do nome da organização, “Ku Klux”, aparentemente vêm da palavra grega kyklos, que significa “círculo”. Já o termo “Klan” teria sido acrescentado para dar melhor sonoridade à expressão, além de fazer uma referência aos velhos clãs, grupos familiares tradicionais. Muito mais do que um clube, a KKK se transformou numa entidade de resistência à política liberal imposta pelos estados do Norte após a Guerra Civil, que assegurava, entre outras coisas, que a abolição da escravatura fosse mesmo cumprida.
Na defesa da manutenção da supremacia branca no país, o grupo promovia atos de violência e intimidação contra os negros libertados. Contudo, houve uma reação que em pouco tempo levou à derrocada da organização, pois as elites do sul vieram para a Klan como pretexto para que as tropas federais ficassem ativas nos Estados do Sul. Seus militantes adotaram capuzes brancos e roupões fantasmagóricos para esconder a identidade e assustar as vítimas. A KKK foi formalmente dissolvida em 1870 pelo presidente republicano Ulysses S. Grant, por meio da Lei de direitos civis 1871, conhecida como “A Lei da Ku Klux Klan”.
O grupo ressurgiu em 1915, no estado da Geórgia, e não era mais movida apenas pelo ódio contra os negros. Seus membros se opunham aos católicos e judeus, além de fazerem profunda oposição à Igreja Católica. Naquela época, a organização adotou um traje branco padrão e usava palavras de código semelhantes como as do primeiro Klan, além de ter adicionado os rituais de queima de cruzes e de desfiles. Essa fase do grupo terminou em 1944.
A atual encarnação da Ku Klux Klan surgiu nos anos 1950, após a promulgação da lei contra a segregação racial nas escolas públicas. O grupo agia de forma violenta, cometendo assassinatos e atentados contra negros. No fim dos anos 70, o grupo perdeu a força, pois seus líderes tiveram que pagar grandes indenizações para vítimas de seus atentados.
Atualmente, a KKK não é considerada uma organização, mas um coletivo de grupos independentes espalhados pelos Estados Unidos. A partir dos anos 1990, organizações neonazistas acabaram absorvendo ex-membros da KKK, tirando a força da entidade original. Campanhas recentes da Ku Klux Klan tinham como alvo a imigração ilegal e uniões civis homossexuais.
Cinco fatos sinistros que você não sabe sobre a Ku Klux Klan
1. Um dos líderes da KKK era judeu: Daniel Burros entrou para a Ku Klux Klan após ser expulso do exército americano. Na seita, ele conseguiu ascender ao posto de “Grande Dragão”. Ao ser descoberto o segredo de suas origens judaicas, ele foi expulso do grupo e se suicidou.
2. Houve um programa infantil financiado pela Ku Klux Klan: em 2009, uma série de vídeos nos quais crianças entre 9 e 10 anos davam opiniões controversas sobre temas relacionados à raça e à religião se tornaram públicos. Finalmente, soube-se que “The Andrew Show” tinha sido produzido pela KKK.
3. Eles tinham um acampamento de verão: a Ku Klux Klan oferecia a seus membros a possibilidade de participar de um acampamento de verão. Nele, era reforçada a ideia de comunidade e eram compartilhados materiais para doutrinar os participantes.
4. Um policial negro se infiltrou no grupo: em 1970, o policial afro-americano Ron Stallworth conseguiu estabelecer contato com membros da KKK. O oficial se infiltrou telefonicamente na organização, mas teve que enviar um companheiro branco às reuniões presenciais para não causar suspeitas.
5. Não é um grupo unificado: a Ku Klux Klan é, na verdade, o conjunto de diversos grupos de extrema direita, e não um só grupo. Embora tenha tido milhões de membros, atualmente ela conta com apenas alguns adeptos.
Fontes: Seu History / Super Interessante
Imagem: Domínio público