O dia 22 de novembro de 1963 marcou com sangue a história presidencial dos Estados Unidos. Nesta data, o 35º presidente do país, John Fitzgerald Kennedy, foi morto a tiros durante uma carreata política, em Dallas, no Texas. Ele estava em um carro conversível, diante de uma multidão, quando foi atingido por tiros durante o desfile. A primeira-dama Jacqueline Kennedy estava ao seu lado, juntamente com o governador do Texas John Connally e sua esposa. Quando o veículo passou pela Praça Dealey, às 12h30, Lee Harvey Oswald teria disparado três tiros do sexto andar de um prédio que servia de depósito de livros escolares, ferindo fatalmente Kennedy e atingindo gravemente Connally. Kennedy foi declarado morto 30 minutos depois, no Parkland Hospital, aos 46 anos. O vice-presidente Lyndon Johnson, que estava na comitiva, três carros atrás de Kennedy, foi empossado como o 36º presidente dos Estados Unidos duas horas depois. Ele fez o juramento presidencial a bordo do Air Force One e sua posse foi testemunhada por cerca de 30 pessoas, incluindo Jacqueline Kennedy, que ainda estava vestindo roupas manchadas de sangue do marido. Sete minutos depois, o jato presidencial decolou de Washington.
No dia seguinte, 23 de novembro, Johnson fez seu primeiro discurso, declarando o dia 25 de novembro luto nacional pelo presidente morto. Centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Washington para assistir a passagem do corpo de Kennedy rumo à catedral de São Mateus para uma missa. A procissão seguiu para o cemitério de Arlington, onde líderes de 99 nações se reuniram para o funeral. Pouco depois do crime, Lee Harvey Oswald foi preso em uma sala de cinema pela polícia como suspeito. Ele foi formalmente acusado em 23 de novembro pelos assassinatos de Kennedy e de um policial. No dia seguinte, foi levado para a sede da polícia de Dallas. Uma multidão de policiais e de jornalistas se reuniram para assistir sua partida para uma cela mais segura quando Jack Ruby saiu da multidão e matou Oswald com um tiro de revólver calibre 38. Ruby, que foi imediatamente detido, afirmou que o assassinato de Kennedy foi o motivo de sua ação. Apesar de alguns o considerarem um herói, ele foi condenado a morte. Em outubro de 1966, o Tribunal de Apelações do Texas reverteu a decisão e um novo julgamento foi marcado. Em janeiro de 1967, enquanto aguarda por uma nova decisão, Ruby morreu de câncer de pulmão em um hospital de Dallas.
Em 1964, a Comissão Warren investigou o caso e concluiu que nem Oswald ou Ruby faziam parte de uma conspiração maior, seja nacional ou internacional, para assassinar o presidente Kennedy. Contudo, o relatório não convenceu a todos. Mais tarde, em 1978, um novo comitê concluiu em um relatório preliminar que Kennedy foi “provavelmente assassinado como resultado de uma conspiração”, que pode ter envolvido vários atiradores e o crime organizado.
O que dizem os “arquivos secretos” do assassinato de JFK
Poucos assuntos se tornaram fontes tão ricas de teorias da conspiração quanto o assassinato de John F. Kennedy (JFK). Agora, milhares de documentos da CIA, agência de inteligência dos EUA, relacionados à investigação sobre a sua morte foram liberados após 50 anos de sigilo.
Veja o que dizem alguns dos documentos publicados no mês passado.
FBI sabia que alguém tentaria assassinar Oswald
O chefe do FBI, J. Edgar Hoover, contou durante a investigação que a agência recebeu uma ligação de um homem de voz mansa e que dizia ser parte de um comitê que visava assassinar Oswald. Teria, então, pressionado o chefe da polícia de Dallas para que redobrasse a proteção ao atirador que matou JFK, mas os esforços foram em vão.
Oswald era procurado pelo FBI antes de matar JFK
Uma divisão do FBI estava investigando Oswald depois que fontes da agência que eram ligadas a Cuba mencionaram o seu nome. A agência tentou localizá-lo em outubro de 1963.
Os planos para matar Fidel Castro
Os documentos mostram os planos da CIA de assassinar líderes internacionais, como o cubano Fidel Castro. Segundo um relatório de 1975, a agência enviou um intermediário para que oferecesse 150 mil dólares para que um mafioso contratasse um matador de aluguel que iria para Cuba assassinar Castro. Outro plano envolvia cooperação de mafiosos para que levassem pílulas venenosas para ilha e as colocassem na bebida do líder cubano.
Além de Castro, a CIA teria planos de matar o líder da República Democrática do Congo, Patrice Lumumba, e o então presidente da Indonésia, Sukarno.
Reações de felicidade com a morte de JFK
Em um relatório de 27 de novembro de 1963, a CIA descreveu as reações de autoridades cubanas à notícia da morte de JFK. De acordo com o documento, um embaixador de Cuba teria reagido com “felicidade”. Mais tarde, essa autoridade e sua equipe teriam recebido um puxão de orelha e pedidos de que “parassem de aparecer felizes em público” e “adotassem posturas sóbrias”.
União Soviética enxergava morte de JFK como tentativa de golpe
Um memorando detalhava a reação da União Soviética sobre a morte de JFK. De acordo com as fontes soviéticas ouvidas por um comitê de investigação, oficiais do Partido Comunista acreditavam que o assassinato do presidente americano era parte de uma tentativa de golpe de estado da extrema-direita dos EUA. Negavam, ainda, qualquer relação com Oswald.
Oswald estava em contato com KGB
De acordo com um dos documentos, Oswald esteve na embaixada da União Soviética nos EUA em setembro de 1963 e teria contato com um agente da KGB, serviço secreto soviético, que era parte de uma unidade especializada em assassinatos e sabotagens.
Assista ao vídeo “Assassinato de JFK | Nerdologia“:
(Caso o vídeo não apareça, veja diretamente no Youtube)