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Tirar nota 1.000 é possível | Arlete Salvador

Considero a prova de redação do Enem difícil. As regras de correção estilística e gramatical estão cada vez mais rigorosas, uma necessidade para garantir uniformidade ao julgamento de milhões de trabalhos. Há temas muito vagos, ampliando as dificuldades para definir o foco da dissertação. E a exigência de apresentação de propostas para resolução de problemas sociais? Deus do céu! Querem que jovens de 18 anos resolvam problemas insolúveis há cinco séculos! O Enem é o que é porque se tornou importante instrumento de acesso ao ensino superior. Então, se você quer melhorar sua posição na fila de entrada para a universidade, nada de reclamar das dificuldades do exame. Vem comigo aprender como enfrentar o desafio de escrever uma dissertação nota 1.000 no Enem. Acredite – é possível.

Tirar nota 1.000 é possível | Arlete Salvador

Nessa tarefa, Como escrever para o Enem – Roteiro para uma redação nota 1.000, que acaba de chegar às livrarias em edição revista e atualizada, baseia-se exclusivamente em exemplos bem-sucedidos de dissertação. Estão ali amostras do que os corretores do Enem, treinados para seguir com lupa os critérios de pontuação, consideram merecedores de nota 1.000. O livro passeia por temas e dissertações vitoriosas desde a primeira edição do exame, em 1998, oferecendo uma visão panorâmica sobre evolução e mudanças ocorridas com o passar do tempo. São exemplos práticos para serem utilizados como inspiração para treinar a escrita exigida pelo Enem.

O livro disseca a estrutura dissertativo-argumentativa de texto e trata cada parte da dissertação – introdução, desenvolvimento, conclusão e apresentação de proposta social – separadamente. Há orientação teórica sobre como escrever bem esses trechos, mas, nesse livro, o leitor encontra algo mais precioso: exemplos de estruturas nota 1.000 para cada uma dessas partes, destacados do todo, para ajudar o estudante a identificar as características de cada elemento do texto. Em alguns momentos, haverá mais de um exemplo de redação do mesmo ano e tema para se observar diferenças – e/ou semelhanças – de estilo entre um autor e outro, com destaque para truques criativos de conteúdo e estilos linguísticos.

O mesmo cuidado de balancear teoria e prática bem-sucedida aparece no tratamento do conteúdo do texto. O livro mergulha nos temas propostos em 25 anos de Enem para ensinar como encontrar o foco da redação, propor uma tese, definir argumentos para sustentá-la e fazer bom uso dos textos complementares. Novamente, textos ilustrativos de edições passadas dão mostras de como estudantes nota 1.000 conseguiram essa proeza. Há referências históricas, artísticas e culturais mais utilizadas pelos alunos de desempenho máximo para apoiar suas opiniões e conclusões certeiras.

Para embalar tudo isso, vem um roteiro, quase um manual de sobrevivência, para enfrentar o desafio de escrever aquelas temidas 30 linhas sem sufoco. Há dicas de regras gramaticais, propostas sobre como administrar o tempo do exame (começar pela redação ou pelas perguntas de múltipla escolha?) e até questionamentos sobre a conveniência de se escrever direto na folha de redação ou preparar um rascunho, questões para serem tratadas muito tempo antes da prova, ainda durante o período de preparação.

Para concluir, falando em preparação, o que o livro não faz é milagre. O segredo do sucesso na prova de redação do Enem é o empenho individual do aluno. Já sabemos que a prova é um difícil exercício de redação. Por isso, o candidato deve começar a se preparar para ele muito tempo antes da prova, aproveitando oportunidades extraclasse para ampliar conhecimento e acumular experiências. Leituras, visitas a museus e exposição de artes, participação em shows e palestras, tudo isso contribui para o enriquecimento pessoal e educacional do aluno, elementos importantes para a qualidade da redação exigida pelo exame. O livro Como escrever para o Enem se insere nesse contexto de contribuir para o sucesso dos estudantes na busca por uma vaga na sonhada universidade.


Arlete Salvador é jornalista especializada em política e mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra. É assessora política do Consulado-geral dos Estados Unidos em São Paulo. Durante 20 anos de carreira jornalística, trabalhou em alguns dos mais prestigiosos órgãos de imprensa do país, como a revista Veja e os jornais O Estado de S. Paulo e Correio Braziliense. Nesse tempo, escreveu centenas de reportagens e artigos analíticos, o que despertou seu interesse pelo exercício da língua portuguesa. É autora dos livros A arte de escrever bem e Escrever melhor (com Dad Squarisi), e Escrever bem no trabalho, Cleópatra e coautora no livro O Brasil no Contexto – 1987-2017, todos publicados pela Editora Contexto.

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