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Por que estátuas de confederados estão sendo removidas nos EUA?

Nos EUA, estátuas de figuras históricas têm sido removidas.

Um dos costumes mais antigos da história da humanidade se refere à construção de estátuas em homenagem a figuras de grande importância, a fim de imortalizá-las após a ação em determinado contexto. No entanto, ao longo dos séculos muitas ideologias se transformam nas sociedades, e deu uma nova e importante interpretação para a saga ‘heroica’ de algumas pessoas do passado.

Tendo isso em mente, é possível compreender um curioso fenômeno que tem se feito cada vez mais recorrente em um dos países mais influentes da atualidade, e da história da humanidade: os Estados Unidos. Na última segunda-feira, 12, a estátua do general Ambrose Powell Hill Jr., mais conhecido com A.P. Hill, começou a ser removida de uma rotatória no município de Richmond, Virgínia, de acordo com O Globo.

Em meio a um movimento da luta antirracista se mostrando cada dia mais forte, não só nos Estados Unidos como em todo o mundo, momentos obscuros da história da maior nação capitalista do mundo começam a ser mais discutidos e até mesmo questionados.

Estátua de confederado sendo removida nos Estados Unidos / Crédito: Getty Images

Conflitos
A Guerra Civil Americana, também conhecida como Guerra da Secessão, foi um conflito interno dos Estados Unidos ocorrido entre 1861 e 1865, entre a União e os Confederados.

A principal causa para o embate foi a longa controvérsia sobre a escravização dos negros, ainda muito forte na época, sendo que a União, composta pelos estados do norte, pretendia abolir a escravidão, enquanto os Confederados, do sul, queriam mantê-la no país.

No fim, o conflito se encerrou com a vitória da União, e, de fato, a escravidão passou a não ser mais aceita no país — embora, no período imediatamente após o conflito, ainda fosse extremamente comum —, o que infelizmente não foi suficiente para o fim do racismo e do estigma da inferioridade de pessoas negras, se comparadas às pessoas brancas.

No entanto, ainda assim alguns nomes se destacaram entre os Confederados e, com isso, os estados do Sul chegaram a criar estátuas em homenagem a esses ‘heróis’ escravistas. Com as discussões atuais acerca do racismo na sociedade, alguns desses personagens históricos deixaram de ser vistos com admiração, com o tempo, e passaram a ser questionados — o que acarretou, também, no questionamento de suas homenagens.

Movimento antirracista
A luta antirracista já existe a várias décadas, tendo sido caracterizada por diversos nomes relevantes na história, até mesmo se observar especificamente a norte-americana, como o de Martin Luther King Jr., Malcom X e Rosa Parks. Porém, um evento relativamente recente, foi tomado como um estopim, tendo dado início ao movimento do ‘Black Lives Matter’: o assassinato de George Floyd.

Morto em maio de 2020 vítima de violência policial, George Floyd foi mais um exemplo de pessoa negra e periférica que sofrera com uma abordagem policial extremamente agressiva, tendo sido asfixiado por Derek Chauvin, um policial branco.

Após a popularização de um vídeo em que é possível ver Floyd sendo estrangulado, e alegando não conseguir respirar, grande revolta se instaurou na população norte-americana, e o homem se tornou um símbolo antirracista e de oposição à violência policial contra pessoas negras.

Estátuas
Desde então, com toda a efervescência dos protestos por justiça racial, muito começou a se debater sobre as figuras históricas e suas homenagens públicas viabilizadas pelo Estado norte-americano, como as estátuas. Como já mencionado, os Confederados eram escravocratas e representavam os desejos especialmente dos estados do sul e, por isso, eram considerados heróis pelos residentes locais do passado.

No entanto, alguns desses monumentos começaram a ser removidos, pouco a pouco, desde a morte de George Floyd, tendo sido eles também depredados e vandalizados por manifestantes, muitas vezes. E isso é o que justifica a remoção atual da estátua de A.P. Hill, sem mencionar outros exemplares já removidos ao longo dos últimos dois anos, como também a do importante general Stonewall Jackson.

Fonte: Aventuras na História por Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins

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