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O Golpe de Estado na Argentina em 1976

Em 24 de março de 1976, há exatamente 40 anos, a Argentina sofria um golpe militar.

O Golpe de Estado na Argentina de 1976 foi engendrado pela direita e derrubou a presidente Isabel Perón. Em seu lugar, instalou-se uma junta militar, chefiada pelo general Jorge Rafael Videla, pelo almirante Emilio Eduardo Massera e pelo brigadeiro Orlando Ramón Agosti. O novo regime tomou o nome oficial de “Processo de Reorganização Nacional” e permaneceu no poder até 1983.

Na Argentina aconteceram seis golpes de estado durante o século XX: em 1930, 1943, 1955, 1962, 1966 e 1976. Os quatro primeiros estabeleceram ditaduras provisórias enquanto os dois últimos estabeleceram ditaduras de tipo permanente segundo o modelo de estado burocrático-autoritário. O último levou a cabo uma guerra suja na linha do terrorismo de Estado, no que foram violados massivamente os direitos humanos, com dezenas de milhares de desaparecidos.

Embora a repressão política já tivesse começado antes do golpe, assim como o Operativo Independencia (para combate ao ERP), o aparato repressivo foi muito ampliado após o golpe, com a chamada “Guerra Suja”, que resultou em “desaparecimentos” de 7.000 a 30.000 pessoas, dependendo das fontes.

CAPA OS ARGENTINOS_WEBO Departamento de Estado dos Estados Unidos tomou conhecimento da preparação do golpe dois meses antes de sua realização.

Em junho de 1976, quando as violações de direitos humanos pela junta foram criticados nos EUA, Henry Kissinger reiterou seu apoio à Junta, dirigindo-se diretamente ao ministro das Relações Exteriores da Argentina, Almirante César Augusto Guzzetti, durante uma reunião em Santiago do Chile.

Na Argentina, o dia 24 de março é atualmente chamado de “Dia Nacional da Memória pela Verdade e a Justiça”. Coincidência ou não, o presidente Obama está visitando hoje o país – o que gerou uma enorme controvérsia, já que os EUA são acusados de colaborar com a ditadura militar no país. O presidente deve anunciar liberação de documentos da CIA sobre assunto.

Para conhecer a fundo a cultura, os costumes e a história desse povo leia, “Os Argentinos“, do jornalista Ariel Palacios.

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