A Independência dos EUA pode ser definida como uma separação justamente quando a Inglaterra se propôs a ser uma metrópole no estilo clássico. Até aquele momento, as terras na América no Norte pouco interessavam aos ingleses, que estavam envolvidos em conflitos internos. A metrópole se fazia distante e as treze colônias tinham certa autonomia. Porém a partir do século XVIII, a Inglaterra se organizou em uma monarquia constitucional e se propôs exerceu o “pacto colonial”.
Passou a cobrar impostos das treze colônias do norte como quando estabeleceu a Lei do Açúcar em 1764; a Lei do Selo em 1765, que taxava jornais, cartazes e documentos públicos e os Atos Townshend em 1767, que taxava os vidros, os corantes e o chá. Mexer com o chá de descendente de ingleses, ainda que morassem na América, foi complicado. Os colonos se revoltaram. Em 1773 jogaram todo o carregamento de chá de navio britânico no mar em Boston. A metrópole reagiu e decidiu cobrar o prejuízo. Além disso, passou a interferir bem mais na vida das treze colônias, com medidas como, por exemplo, restringir o direito de reuniões.
A rigor não havia uma união nem um sentimento nacional antes da emancipação. As treze colônias tinham somente um sentimento antibritânico. O Norte e o Sul sempre tiveram grandes diferenças políticas. Contudo, as elites locais perceberam que a metrópole estava prejudicando seus interesses econômicos. Isto, aliado ao medo de que as camadas mais pobres das sociedades e os escravos decidissem lutar pela emancipação e pela liberdade, fez com que as classes altas das treze colônias se unissem no objetivo da independência.
Impossível não abordar a influência das ideias iluministas para a independência dos EUA. Homens como Thomas Paine, Thomas Jefferson, George Washington e Benjamin Franklin haviam lido John Locke. Com isso, se apropriaram de certas propostas como o direito à liberdade, à rebelião e à resistência contra a tirania. Colocar estas ideias no contexto de combate à dominação inglesa não era muito difícil.
O Congresso da Filadélfia decidiu pela separação em 2 de julho de 1776 e dois dias estava pronta a Declaração de Independência, na qual é muito evidente a influência do “pensamento ilustrado”. A crítica ao rei inglês e à metrópole, assim como a opção pela liberdade das colônias são bons exemplos disso.
Em 1790 era apresentada a Constituição dos EUA, que teve as famosas dez emendas, chamadas Bill of Rights, acrescentadas no ano seguinte. Propunha uma nação federalista, ou seja, com autonomia para cada estado. O poder seria dividido entre Executivo, Legislativo e Judiciário, tal qual fora proposto por Montesquieu. Era dada a liberdade de expressão, de imprensa e de religião, todos teriam direito a um julgamento público.
Contudo, apesar de representatividade popular, a maioria do povo do novo país não tinha participação política. O processo de independência foi levado a cabo por comerciantes, latifundiários e intelectuais urbanos, uma elite que já existia nas treze colônias. Como cada estado tinha o direito que organizar suas eleições e legislação, muitos ficaram fora da concepção de “We the People of the United States”.
Além disso, a escravidão não fora totalmente abolida. Esta detestável forma de trabalho só foi acabar nos EUA em 1865.
(via blog História é Vida)