Os negócios internacionais estão à nossa volta a todo o tempo. Nos eletrônicos que utilizamos, nas roupas que vestimos e até nos alimentos que consumimos. Entendidos como o desempenho de atividades internacionais por empresas e organizações através de fronteiras, essa modalidade de negócios sempre existiu, mas ganhou força no século XX muito em virtude da facilitação nas trocas de informação. Com as tecnologias de informação e comunicação cada vez mais ágeis, tornou-se mais simples encontrar oferta de produtos e serviços de que necessito, ou demanda por aquilo que produzo ou oferto.
Com o passar dos anos, os negócios internacionais tornaram-se não apenas mais rentáveis, mas também mais necessários: atualmente qualquer descontinuidade produtiva ou disrupção política em qualquer lugar do mundo certamente afetará os negócios. Um exemplo é a recente redução na oferta de gás natural russo para a Europa em retaliação às sanções econômicas impostas à Moscou em virtude da invasão à Ucrânia, ou mesmo as ameaças da China a Taiwan que põem em risco toda a cadeia global de chips e microchips. A atual realidade interconectada das Relações Internacionais afeta diretamente sua face business: os negócios internacionais.
Outro ponto relevante dessa parte das R.I. é que os países mais engajados em atividades de negócios internacionais são aqueles em que sua população goza de melhor padrão de vida. Atualmente, entre os maiores exportadores do mundo estão EUA, Alemanha, Japão, Holanda, Hong Kong, Cingapura e Bélgica. São países altamente competitivos, cujas empresas se esforçam cada vez mais para produzir itens de alta tecnologia e qualidade, e ofertá-los a um valor acessível. Com isso, a população desses locais tem maior possibilidade de desfrutar não apenas de mais itens melhores a preços menores, mas também tem mais acesso a bons empregos que pagam altos salários. Nesses países mais dedicados aos Negócios Internacionais, boas instituições de ensino são necessárias para gerar e fomentar profissionais capazes de produzir inovações de qualidade.
É aqui que o Brasil peca: não apenas não estamos sequer entre os 20 maiores exportadores do mundo de acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), como nossos negócios internacionais são pautados por regras aduaneiras burocráticas e descentralizadas. Mais do que isso, falta aos empresários brasileiros a cultura exportadora e a visão de mundo que bons profissionais de Relações Internacionais podem se dedicar a fomentar.
É a partir dessa realidade que o livro Negócios internacionais busca explicar os principais temas da área. Desde a internacionalização e suas formas principais – importações e exportações, franquias, licenciamentos, joint ventures e investimento estrangeiro direto – até suas teorias mais importantes, assim como aspetos de marketing, finanças, comércio exterior e global sourcing. A leitura dessa obra fornece as principais ferramentas para entender os negócios internacionais como uma parte relevante das Relações Internacionais e como – ao mesmo tempo – a causa e a consequência do fenômeno da globalização.
Se num passado recente as atividades de negócios internacionais eram prerrogativa de grandes empresas, já dominantes de seus mercados domésticos, hoje isso mudou: não há empresa pequena demais para comprar e vender do mundo e para o mundo, há apenas profissionais que ainda não estão preparados para enxergar no planeta todas as oportunidades que podem ser exploradas. Por isso, a leitura desse livro é tão importante: você aprenderá não apenas aspectos teóricos, mas também aspectos práticos, como questões que vão desde estratégia até recursos humanos, sempre pelo viés das Relações Internacionais.
João Alfredo Nyegray é mestre e doutor em Administração de Empresas, com foco em Internacionalização e Estratégia, e especialista em Negócios Internacionais pela Universidade Positivo, onde também atua como professor nas áreas de Relações Internacionais e Negócios.