A doutora em microbiologia e autor do livro Ciência no Cotidiano, em parceria com o jornalista Carlos Orsi, Natalia Pasternak, é a primeira brasileira a integrar o Committee for Skeptical Inquiry (CSI) – (Comitê para Investigação Cética, em tradução livre).
O CSI foi fundado nos anos de 1970 por nomes como o astrônomo Carl Sagan e o escritor Isaac Asimov para defender o pensamento científico e crítico em contraponto à pseudociência.
Natalia também é colunista no jornal O Globo e é presidente do Instituto Questão de Ciência, o primeiro Instituto brasileiro para promoção de pensamento crítico e racional, e políticas públicas baseadas em evidências científicas.
O livro Ciência no cotidiano busca mostrar como o simples fato de vivermos no século xxi já nos faz beneficiários da ciência e dos seus frutos, mesmo que a gente não se dê conta dessa verdade. A intenção é, entre outras, evidenciar como o cidadão que ignora fatos científicos básicos pode se tornar presa fácil de curandeiros e charlatões, gente que mente para os outros e, não raro, para si mesma.
Segundo matéria publicada no jornal O Globo. O ingresso de Natalia “será oficializado na próxima edição trimestral da publicação do CSI, a “Skeptical Inquirer”. Criado em resposta ao crescente interesse da sociedade americana e de parte da mídia em temas sem embasamento científico, como supostos fenômenos paranormais, a ufologia e a homeopatia, o comitê expandiu sua representatividade ao redor do globo nas últimas décadas.
Agora, com o desafio da pandemia da Covid-19, o movimento cético enfrenta a promoção de remédios sem comprovação científica contra o coronavírus, como a cloroquina, inúmeras falsas promessas de cura e discursos antivacina. Pasternak, que dividirá espaço com cientistas de renome internacional como o biólogo britânico Richard Dawkins e o astrofísico americano Neil deGrasse Tyson, relata que se emocionou ao receber o convite.
— É um grande reconhecimento ter meu nome ao lado de Carl Sagan, alguém com quem certamente não me equiparo. Mas é bom saber que estou no caminho certo — relata Pasternak. — Existe uma preocupação internacional com o Brasil pelo fato do país e dos EUA terem presidentes negacionistas da ciência. Eles (Jair Bolsonaro e Donald Trump) têm um histórico que precede a pandemia e agora vimos o estrago que fizeram com o negacionismo.”