Evitar o sedentarismo é sempre o mais importante, mesmo no calor do verão.
Paulo Saldiva observa alguns cuidados que se deve tomar no momento de praticar esportes nos dias mais quentes, mas lembra que não devemos deixar de movimentar o corpo
O calor do verão já está dando as caras na cidade, o que é um convite a sair de casa e praticar esportes. O professor Paulo Saldiva aconselha que se faça isso de manhã, logo nas primeiras horas, evitando atividades entre 10h30 e 16h, “quando, além da partículas poluentes, forma-se um aerossol secundário e também muito ozônio, é como se a cidade ficasse um enorme tubo de ensaio e os compostos emitidos pelos veículos vão sendo aquecidos, reagindo entre si, gerando o que se chama de smog fotoquímico”.
Um bom horário para a prática esportiva nos horários mais tardios é a partir das 19h, mas, se o treino for realizado na academia, o efeito da poluição é menor, da mesma forma se o esporte escolhido for a natação. Também é recomendável manter-se distante das principais avenidas, dando preferência a um terreno mais seguro e longe do maior fluxo de trânsito das grandes vias, “as chaminés modernas”. O mais importante de tudo, porém, é evitar o sedentarismo e movimentar o corpo.
Fonte: Jornal da USP por Paulo Saldiva
O professor Paulo Saldiva é autor do livro Vida urbana e saúde
Somos um país urbano: 84% da população brasileira concentra-se em cidades e ao menos metade vive em municípios com mais de 100 mil habitantes. Mas a vida urbana não traz apenas novas oportunidades. Ela propicia doenças provocadas por falta de saneamento, picadas de mosquitos, poluição, violência, ritmo frenético… E tudo isso não ocorre mais apenas nas grandes cidades, mas também nas médias e mesmo pequenas, quase sempre negligenciadas pelo poder público e pelos próprios cidadãos. Mas, afinal, o que fazer para ter boa qualidade de vida nas cidades? Assim como o médico deve pensar na saúde dos seus pacientes – e não apenas em tratar determinada doença –, uma cidade saudável é aquela em que seus cidadãos têm boa qualidade de vida. E o médico Paulo Saldiva, pesquisador apaixonado pelo tema, mostra que é possível, sim, melhorar e muito o nosso dia a dia.