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Economia no Cotidiano

Economia no Cotidiano

Quando Jaime Pinsky, diretor da Editora Contexto, me procurou com a proposta de escrever um livro sobre a economia no cotidiano, topei na hora. Meu primeiro impulso foi o de fazer algo que explicasse o nosso comportamento do dia a dia por meio de ferramentas econômicas. Rapidamente desisti. Não só porque já havia livros com essa abordagem, mas porque eu, como macroeconomista, alguém preocupado com inflação, desemprego, juros, dólar e coisas do gênero, talvez não fosse a pessoa ideal para abordar temas que poderiam ser distantes da minha especialização.

Contudo, pensando melhor, fui me convencendo de que era possível, e até desejável, estabelecer uma articulação entre a macroeconomia e a vida cotidiana das pessoas. Afinal, inflação (para dar um exemplo) é tema macroeconômico e mexe com o cotidiano das pessoas (e como mexe!). Claro que o leitor tem a possibilidade de acessar informações em colunas de jornais, mas, no livro, eu poderia colocar as coisas de modo mais acessível e organizado, visando principalmente ao leitor não especializado. Vi que poderia prestar um serviço importante ao cidadão comum, além de mostrar, até para gente do ramo, a articulação entre o macro e a vida das pessoas. Fiz um grande esforço para escrever com a intenção de ser compreendido por todos.

Trato da inflação, da atividade econômica/emprego, das contas públicas, da relação do país com o exterior e, por fim, do mercado financeiro. Embora os capítulos sejam razoavelmente independentes uns dos outros, acho que o leitor aproveitaria mais se os lesse na ordem em que são apresentados no livro.

São textos curtos, a linguagem não é nada técnica, e o objetivo é que o leitor, ao final de cada capítulo, possa se sentir à vontade para compreender de que forma a economia afeta seu dia a dia, nada daquela conversa esotérica de especialistas para especialistas. Entendo quando meus colegas usam o “economês”: o jargão (como, aliás, ocorre em todas as profissões) busca a precisão na comunicação entre pares, carrega mais significado e permite um texto mais direto. Não foi minha abordagem aqui, mas o leitor é quem julgará se fui feliz em minhas intenções.

O uso de matemática, outro flagelo entre economistas, não vai além de uns poucos exemplos numéricos que ajudarão a ilustrar alguns pontos. Como aprendi, economistas usam matemática não porque são inteligentes, mas, ao contrário, porque não são suficientemente inteligentes… Se não consegui pensar em nada diferente para ilustrar os (poucos) pontos que aparecerão à frente, é porque não fui claro o suficiente lidando apenas com o texto.

Claro que um livro como este não pretende esgotar os assuntos. Longe disso. Procurei tratar de temas mais próximos do cotidiano: isso fica talvez mais claro nos capítulos sobre inflação e mercado financeiro, porque, afinal de contas, tocam em coisas que afetam nosso bolso, que economistas acreditam ser (talvez com modesto exagero) a parte mais sensível do ser humano.

Portanto, mão à obra!

Assista nossa live de lançamento (aqui)

O autor:
Alexandre Schwartsman é economista. Trabalhou nos bancos Santander, Real abn amro, Unibanco, bba e IndoSuez, e deu aulas de Economia na puc-sp, usp e Insper. Foi também diretor para Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil e membro votante do Copom. É doutor em Economia pela Universidade da Califórnia (Berkeley). Mantém uma coluna semanal no InfoMoney e faz um comentário semanal para a Rádio CBN.