O correspondente de guerra quer estar naquele exato lugar de onde tantos querem fugir. Em meio a tantos jornalistas vitimados em conflitos – como o caso do americano James Foley, decapitado pelo Estado Islâmico em 2014 –, o que faz alguém se enfiar em meio a uma guerra em outro país, consciente dos riscos envolvidos, apenas para contar uma história em áudio, vídeo, foto ou texto? Será que os conflitos do século XXI são mais hostis ao trabalho da imprensa em comparação com as guerras do passado? Como a internet e os celulares mudaram a maneira com que os acontecimentos nos rincões impenetráveis e conflagrados do planeta chegam ao conhecimento do público?
Para responder a essas questões, o jornalista Diogo Schelp, editor executivo da revista Veja, fez uma pesquisa extensa sobre a atividade e entrevistou alguns dos principais jornalistas brasileiros que estiveram em conflitos. Além disso, convidou o fotógrafo André Liohn para ser coautor da obra. Único latino-americano a receber a Robert Capa Gold Medal, maior premiação mundial para fotógrafos de guerra, Liohn faz um relato autobiográfico dissecando os momentos mais dramáticos de sua atuação nos principais conflitos da atualidade. E também contribuiu com uma seleção das suas melhores fotos de guerra e de desastres humanitários produzidas nos últimos cinco anos – presentes em um caderno colorido de 32 páginas.
As imagens confirmam uma mensagem que permeia toda a obra: a de que, assim como não há glamour na guerra, também não o há no ofício de documentá-la, ainda que informações confiáveis e contextualizadas do que acontece nas zonas de conflito sejam essenciais para a construção de um mundo mais justo e pacífico. O resultado é Correspondente de guerra, livro imperdível que acaba de ser lançado pela Editora Contexto.
Sobre os autores
Diogo Schelp, gaúcho de Santa Maria, é Editor Executivo de Veja, responsável pela cobertura internacional da revista. Fez reportagens em quase duas dezenas de países, dedicando-se a temas como o narcotráfico no México, a criminalidade na Venezuela, o genocídio em Darfur, no Sudão, o radicalismo islâmico na Tunísia e o conflito árabe-israelense.
André Liohn fotografou guerras e situações de violência em diversos países para Der Spiegel, da Alemanha, Le Monde, da França, Time e Newsweek, dos Estados Unidos, e Veja, do Brasil, entre outras publicações. Em 2012, tornou-se o primeiro fotojornalista latino-americano a receber o prêmio Robert Capa Gold Medal pelo Overseas Press Club, por sua cobertura da guerra civil na Líbia.