Fechar

“Depois do pogrom”: como o Ocidente falhou após o 7 de Outubro

Por Andrea Kogan

No dia 2 de agosto de 2025, o autor Fernando Dourado Filho escreveu no seu Facebook sobre Depois do pogrom: “A ideia central do livro é desmascarar o standard duplo da academia, da intelectualidade e da imprensa ao se debruçar sobre as consequências funestas do 7 de Outubro, uma data que já entrou da pior forma possível para a história do povo judeu. Revestida de imensa carga dramática, visto que representou uma violação brutal do território de Israel e o morticínio de mais de mil de seus cidadãos, essa data nefanda assinala uma chaga purulenta porque traumática – não importa a virulência da retaliação”.

"Depois do pogrom": como o Ocidente falhou após o 7 de Outubro

Creio que essas poucas linhas são um resumo perfeito da obra que traduzi. Não são linhas fáceis, assim como o livro todo não o é. Falar da tragédia do dia 7 de Outubro de 2023 (7 de Outubro com inicial maiúscula mesmo, para este dia compor as datas marcantes, como o 11 de Setembro) de outra forma seria algo impossível. O leitor encontra honestidade e rigor jornalísticos. O mundo não é fácil, a vida não é para amadores e temos livros que nos esclarecem o porquê chegamos aqui e o como. E, assim, tentamos entender um pouco o mundo contemporâneo ocidental.

É absolutamente necessário ter em mente que o livro foi escrito por Brendan O´Neill, jornalista especializado em política, com anos de experiência em jornais e revistas internacionais, nos dias e semanas imediatos ao 7 de Outubro. Não estamos falando de eventos em 2025, ou questões atuais da política israelense ou da fome em Gaza. O foco é a reação do Ocidente logo após os ataques. E Brendan nos diz que falhamos. Que o Ocidente falhou.

Um exemplo? “Vivemos em uma época na qual perguntar para uma pessoa de onde ela vem pode ser considerado uma ‘microagressão racial’, mas vociferar “globalizem a intifada’, logo depois de uma ‘intifada’ na qual mil judeus foram assassinados é aparentemente ok.” Constatações difíceis, realidades complexas. Mais exemplos e explicações estão no livro.


Andréa Kogan é professora, formada em Letras e doutora em Ciências da Religião. Atua com comunicação, revisão e tradução. É assistente acadêmica do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP e é autora do livro Espiritismo judaico, publicado pela Editora Labrador.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.