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Cultive laços na longevidade

Na última semana, o cearense João Marinho Neto se tornou o homem mais longevo do planeta, após a morte do britânico John Tinniswood. Aos 112 anos, João possui saúde invejável, segundo os que estão a seu redor.

Esta notícia traz à tona a curiosidade: qual seria o segredo para chegar em uma idade tão avançada?

Para o recordista, o segredo é se cercar de pessoas que o amam. Para a jornalista Marisa Tavares, que trata do tema em seu livro “Longevidade no cotidiano”, esta é uma das razões, mas não a única.

Leia abaixo o texto Cultive laços, eles serão sua rede de proteção, presente no livro “Longevidade no cotidiano


Cultive laços na longevidade

A outra face da reluzente moeda da longevidade é que corremos o risco de envelhecer sozinhos: alguns não se casam, há os que se separam sem prole ou os filhos vão morar longe. Aliás, nem sempre família é a solução, mas sabemos que solidão rima com depressão, o que só aumenta a importância do círculo social, que será também a rede de proteção para enfrentar momentos difíceis. As mulheres vivem mais que os homens e costumam tecer essa teia de relações com maior eficiência que eles – estes, com frequência, se sentem órfãos ao perder o sobrenome corporativo e muitos não se recuperam desse luto. Por isso, cultive os amigos que já tem e se mexa para fazer novos.

Podemos (e devemos) nos esforçar para identificar oportunidades de criar laços. Se conheceu alguém, adicione às suas redes sociais e mantenha contato. Use a internet e os aplicativos, mas não se restrinja ao mundo virtual. Junte-se a um grupo, clube ou classe com o qual possa compartilhar interesses: cantar, dançar, cozinhar. Comece algo totalmente diferente, pelo prazer de aprender, e encontre gente em situação idêntica. Por último: permita-se ser vulnerável e pedir ajuda; assim outras pessoas poderão se aproximar.

Mark Freedman, pensador e militante da causa da longevidade, tem uma proposta que me encanta: a fonte da juventude é se relacionar com a garotada. Há evidências, tanto no campo da Antropologia como na Psicologia, de que jovens e velhos foram feitos uns para os outros. Os mais velhos têm um profundo desejo de serem necessários; os mais jovens precisam ser nutridos, protegidos. Apesar da complementaridade evidente, a sociedade nunca esteve tão distante dos benefícios dessa convivência. Se já vivemos uma época de famílias grandes na qual o convívio entre gerações era a norma, hoje estamos na era da segregação etária. O modelo norte-americano de condomínios para idosos parece sedutor: uma vizinhança com gente da mesma idade. Minha sugestão: amplie sua lista de alternativas e se surpreenda com o novo.

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