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Avaliação educacional: complexidade deste campo de estudos

São muitos os objetos aos quais a avaliação educacional se direciona, tais como a avaliação de aprendizagem, de desempenho, de currículo, de programa, de instituições, de sistema, de política. A avaliação formal tornou-se uma atividade diversificada, que abrange diferentes focos, com objetos específicos e, muitas vezes, contando com especialistas para sua realização.

A noção de avaliação aqui apresentada pauta os estudos relativos à avaliação educacional e volta sua atenção não só à análise da consistência técnica dos caminhos escolhidos para se proceder a uma avaliação, mas também à análise de seu compromisso político, uma vez que a educação é um bem público.

Entendida, então, como um instrumento político, a avaliação tanto pode servir à democratização da educação como ser utilizada como instrumento de discriminação social. Sua forma, seu conteúdo, o uso que se fizer de seus resultados podem servir a um ou a outro propósito. A escolha entre abordagens avaliativas não é apenas técnica, nem se reveste de neutralidade, sendo isso um dos elementos que caracterizam a complexidade do ato de avaliar.

Avaliação educacional: complexidade deste campo de estudos

A avaliação educacional e seus procedimentos metodológicos correspondem a determinadas concepções e determinados interesses, mesmo quando esses não são declarados. Revestida de aspectos técnicos, que sustentam com neutralidade as escolhas teóricas e metodológicas, a avaliação conduz e/ou destaca ênfases, recursos e conclusões.

A complexidade desse campo estudos também se expressa no fato de a avaliação se respaldar em conceitos, teorias, métodos de diferentes áreas de conhecimento, como a Psicologia, Sociologia, Economia, Estatística, entre outras. A definição da abordagem teórico-metodológica a ser adotada na avaliação de um dado objeto usualmente implica pôr em diálogo conhecimentos oriundos de distintas áreas do conhecimento, daí ser tratado como um campo interdisciplinar ou, mesmo, transdisciplinar.

Assim, avaliar supõe uma diversidade de escolhas a serem feitas pelos envolvidos no processo, que vão desde a visão de mundo, de sociedade e de educação norteadoras das decisões, até as finalidades e a abordagem teórico-metodológica a ser adotada.

Desse modo, não existem respostas únicas às questões centrais de um processo avaliativo:

  • O que avaliar? (objeto)
  • Para que avaliar? (finalidade)
  • Quem avalia? (sujeitos)
  • Como avaliar? (procedimentos)
  • Quando avaliar? (periodicidade)

Dado o caráter social, político e ideológico da avaliação, são múltiplas e variadas as respostas possíveis a essas questões, pois dependem dos posicionamentos e das escolhas dos que conduzem ou definem o processo, ou seja, da expressão dos valores tomados como referência.

Analisar as finalidades a que vem servindo a avaliação, em relação aos diferentes objetos que integram a área da educação – aprendizagem, instituições, redes de ensino, dentre outros –, é uma tarefa que se impõe aos profissionais da educação.

Avaliação educacional: complexidade deste campo de estudos

A Editora Contexto celebra com orgulho a obra “Avaliação educacional”, vencedora da segunda edição do Prêmio Jabuti Acadêmico na categoria Educação e Ensino, e suas autoras! 🎉

A cerimônia de premiação aconteceu na noite de 5 de agosto, consagrando “Avaliação educacional: De aprendizagem, institucional, em larga escala”, título lançado pela Editora Contexto em 2024.

Essa conquista no Prêmio Jabuti Acadêmico na categoria Educação e Ensino reforça o compromisso da Editora Contexto na publicação de livros que ampliam o acesso ao conhecimento e contribuem para a transformação da educação no Brasil.


Sandra Zákia Sousa é doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e professora da Faculdade de Educação da mesma universidade, atuando na pós-graduação na área Estado, Sociedade e Educação. O campo de pesquisa privilegiado trata de política e avaliação educacional, com produções divulgadas em artigos e capítulos de livros. Pela Contexto é autora do livro Geografia em Perspectiva e Avaliação educacional. 

Valéria Virgínia Lopes é doutora em Educação pela Universidade de São Paulo. Coordenadora acadêmica da formação sob medida para países de língua portuguesa do Instituto Internacional de Planejamento Educacional (IIPE-Unesco) e consultora independente. 

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