Márcio Fontes-1993/Folha Imagem
O jornalista Armando Nogueira era um apaixonado por futebol e sabia como poucos transformar em poesia até uma canelada na bola, diz o também jornalista Mauro Beting.
“No Brasil, o Garricha é o Nelson Rodrigues, e o Armando é o Pelé do jornalismo esportivo. É o mestre que, como grande sábio, não gostava de ser chamado assim” – Mauro Beting.
Neste podcast, o jornalista lembra um episódio ocorrido em 1998. Pouco antes de começar o programa “Apito Final”, na Band, Paulo Henrique Amorim (então âncora do Jornal da Band) e Armando Nogueira conversavam na bancada. Amorim falava sobre o uso abusivo do gerundismo na redação.
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“Nós ficamos ali três minutos falando mal do gerúndio e o Armando só olhando. Quando terminamos, ele disse: ‘só tem um pequeno detalhe, eu sou um gerúndio: Armando’. Uma frase desmontava toda uma linha de raciocínio”, conta Beting.
Nogueira morreu hoje, aos 83 anos, em sua casa no Rio. Ele lutava contra um câncer no cérebro desde 2007. O jornalista foi responsável pela implantação dos programas jornalísticos em rede nacional na TV Globo e pela criação dos programas “Jornal Nacional” e “Globo Repórter”.
O corpo do jornalista e comentarista será velado no estádio do Maracanã. O velório acontecerá na tribuna de honra do estádio.
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Algumas das maiores definições sobre personagens do futebol brasileiro foram criadas por Armando Nogueira, diz o jornalista Paulo Vinicius Coelho, colunista do caderno de Esporte da Folha e comentarista da ESPN Brasil.
“Não vou esquecer nunca um texto que ele escreveu para a revista Placar nos 50 anos do Pelé quando ele ele dizia: ‘Pelé já era o melhor muito antes de ser e continua sendo mesmo depois de ter sido” – Paulo Vinicius Coelho
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(Via Folha de S. Paulo)