Olhar para o céu pode responder a questões sobre a criação da agricultura e até a dúvidas sobre se um meteoro pode destruir a vida na Terra.
O início das viagens de turismo espacial, por exemplo, com voos da SpaceX, de Elon Musk, e Blue Origin, de Jeff Bezos, e todas as discussões sobre o filme Não olhe para cima, da Netflix, reacenderam o interesse pelo espaço e pela Astronomia. Não é exagero dizer que se não fosse a capacidade de observar os astros, nossos antepassados não teriam criado a agricultura e prosperado ao ponto de, hoje, ocuparmos todo o planeta.
Mais do especular se iremos colonizar a galáxia ou se um meteoro pode destruir a vida na Terra, compreender os fenômenos astronômicos nos permite conhecer o processo de desenvolvimento da espécie humana, ampliar o entendimento sobre o Sistema Solar, o Universo e, claro, saber como tudo isso afeta nosso dia a dia.
Você terminará esta leitura encantado com a vasta presença da Astronomia no nosso cotidiano. Aliás, a própria ocorrência do “cotidiano”, literalmente “o passar dos dias”, é um evento fundamentalmente astronômico.
Venha explorar eventos bonitos, curiosos e intrigantes como: estrela cadente, cometa, asteroides, auroras boreais e eclipses solares e lunares. E a Lua, atua nas marés? Como? É possível olhar para cima e notar um meteoro que se aproxima? Muito se fala que foi provavelmente um meteoro que extinguiu os dinossauros. Mas o que são as tais chuvas de meteoros? É possível prevê-las?
Confira a apresentação do livro Astronomia: os astros, a ciência, a vida cotidiana, do físico Marcelo Girardi Schappo:
O mundo moderno é, em muitos aspectos, uma “obra de arte” elaborada por meio da ciência. Cada vez mais, nossas construções buscam aliar conforto, qualidade, eficiência e sustentabilidade; nossos exames de diagnóstico médico por imagem, além de antibióticos e vacinas, salvam vidas todos os dias; nossos sistemas de comunicação transmitem imagem, vídeo e texto quase instantaneamente ao redor do globo; nossos meios de transporte – que séculos atrás tinham como exemplar mais sofisticado os veículos de tração animal, capazes de nos levar de uma cidade a outra vizinha em algumas horas – hoje nos levam, com aviões a jato, de um extremo ao outro do continente no mesmo intervalo de tempo.
Bem, é claro que tudo isso não surgiu como “um passe de mágica”. Para chegarmos aqui, muita gente se ocupou de desvendar os segredos da natureza, ou seja, de tentar entender como tudo funciona, através da ciência, para, com isso, mudar o mundo e desenvolver tecnologias. Todas as civilizações que prosperaram por longos períodos da história tiveram, portanto, que manter os olhos tanto na Terra (para estudar os fenômenos climáticos, o comportamento dos animais e o funcionamento dos diferentes sistemas do corpo humano, por exemplo) como no céu, afinal, os padrões astronômicos são capazes de indicar o ciclo das estações do ano: uma informação essencial para planejar o plantio e a colheita, para se preparar para o inverno rigoroso, para os períodos de secas ou de chuvas intensas e volumosas. Entender o céu é uma necessidade.
Nessa compreensível e necessária jornada por conhecer, desvendar e descobrir, grandes questões existenciais ocuparam (e ocupam) a mente humana: onde estamos? De onde viemos? Para onde vamos? Hoje sabemos que as respostas a essas perguntas residem, em grande parte, no céu. E não estou me referindo às mitologias religiosas sobre criações divinas orquestradas por seres celestiais, mas sim ao estudo da Terra enquanto apenas um planeta ao redor de uma das muitas estrelas, o Sol, que compõe a Via Láctea, uma dentre bilhões de outras galáxias no Universo.
Assim, a Astronomia tem condições de revolucionar tanto a nossa forma de responder a essas perguntas como a própria imagem mental que construímos para o Sistema Solar e para o Universo, tudo isso à medida que nosso conhecimento sobre nossa “casa cósmica” avança constantemente. Um exemplo nesse sentido é o salto de abstração pelo qual passamos quando aprendemos que a Terra não é o centro do Universo (o que a intuição faz parecer correto com muita facilidade, bastando observar o movimento aparente do Sol, da Lua e dos outros astros no céu), mas é apenas mais um planeta que se movimenta em uma órbita ao redor do Sol. Dessa forma, este livro pretende também gerar uma revolução de pensamento: deseja-se mostrar que, novamente ao contrário do que a intuição pode sugerir – uma vez que, em comparação com as distâncias cotidianas, os astros estão muito longe de nós –, eventos astronômicos são os responsáveis pela ocorrência de vários fenômenos do nosso dia a dia, embora isso nada tenha a ver com os embustes astrológicos de que tentam nos convencer. Serão explorados, de uma forma tão simples quanto possível, eventos bonitos, curiosos e intrigantes, como as marés, as auroras, os eclipses solares e os lunares, as chuvas de meteoros e diversas curiosidades sobre as constelações e as estrelas. Com sorte, você terminará a leitura encantado com a vasta presença da Astronomia no nosso cotidiano. Aliás, a própria ocorrência do “cotidiano”, literalmente “o passar dos dias”, como você logo perceberá, é um evento fundamentalmente astronômico. Boa viagem!
Conheça Astronomia: os astros, a ciência, a vida cotidiana, do físico Marcelo Girardi Schappo.