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A saúde urbana está interconectada com o ecossistema | Paulo Saldiva

De acordo com Paulo Saldiva, na nossa periferia não existe mais distinção entre saúde e campo.

Nesta coluna, o professor Paulo Saldiva dá destaque para o tema da saúde urbana. “Saúde urbana não significa somente a saúde dos habitantes da cidade, mas também entender que a nossa saúde, de nós, humanos, está interconectada com o ecossistema no entorno.  Às vezes, muito distante, como, por exemplo, as chuvas geradas na Amazônia. Na nossa periferia não existe mais distinção entre saúde e campo. Há um gradiente, um mosaico, e nesses lugares pode ocorrer, por exemplo, a proliferação de carrapatos que transmitem, são reservatórios da febre maculosa, como também mosquitos transmissores de arboviroses.

Aliás, a qualidade das águas que podem ser coletadas a distância e sua destinação também nos afeta nos períodos de enchente ou de escassez; e as ondas de calor que se manifestam de forma tão inclemente nas cidades, principalmente naquelas desprovidas de vegetação. Bom, esse é um desafio para todos nós, mas também para a comunidade da saúde, que tem que lidar com problemas que são muito importantes para a saúde humana, mas que não estão na sua esfera de resolução. Acho que é uma boa reflexão para a gente começar o ano.”


Fonte: Jornal da USP por Paulo Saldiva

O professor Paulo Saldiva é autor do livro Vida urbana e saúde

A saúde urbana está interconectada com o ecossistema | Paulo Saldiva

Somos um país urbano: 84% da população brasileira concentra-se em cidades e ao menos metade vive em municípios com mais de 100 mil habitantes. Mas a vida urbana não traz apenas novas oportunidades. Ela propicia doenças provocadas por falta de saneamento, picadas de mosquitos, poluição, violência, ritmo frenético… E tudo isso não ocorre mais apenas nas grandes cidades, mas também nas médias e mesmo pequenas, quase sempre negligenciadas pelo poder público e pelos próprios cidadãos. Mas, afinal, o que fazer para ter boa qualidade de vida nas cidades? Assim como o médico deve pensar na saúde dos seus pacientes – e não apenas em tratar determinada doença –, uma cidade saudável é aquela em que seus cidadãos têm boa qualidade de vida. E o médico Paulo Saldiva, pesquisador apaixonado pelo tema, mostra que é possível, sim, melhorar e muito o nosso dia a dia.

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