A guerra torna-se mundial
Neste dia, em 1941, sob o nome de Operação Barbarossa, a Alemanha nazista invadiu a União Soviética, naquela que foi considerada a maior operação militar germânica da Segunda Guerra Mundial.
Previsto desde de o verão de 1940, o ataque contra a Rússia é confirmado pela visita de Molotov a Berlim, em 12 e 13 de novembro. Visivelmente, Moscou estima que a Finlândia, a Bulgária, a Romênia e até mesmo a Turquia façam parte de sua esfera de influência. Em 18 de dezembro, Hitler fixa as grandes linhas da operação Barbarossa. Atingindo o leste, procura adiantar-se a um ataque soviético, desencorajar a Grã-Bretanha, privando-a de seu último aliado potencial na Europa, e adquirir a case continental, que lhe permita resistir às potências anglo-saxônicas.
A operação envolve 162 divisões, inclusive as da Finlândia e da Romênia. No total, cerca de 3 milhões de homens, 3,3 mil tanques e 1,8 mil aviões. O Exército Vermelho dispõe de um potencial nitidamente superior, com 4,5 milhões de homens, 20 mil tanques e 15 mil aviões.
22 de junho – 19 de julho. A superioridade tática da Wehrmacht (as forças armadas de Hitler), associada à surpresa, traduz-se em vitórias espetaculares. Ao norte, o grupo de exércitos de von Leeb libera os países bálticos. No centro, o grupo de exércitos de von Bock, com duas fortes formações blindadas, sob as ordens de Hoepner e de Guderian, efetua vastos certos. Ao sul, o grupo de exércitos de von Rundstedt, em conexão com os romenos, empreende a ocupação da margem direita do Dnieper.
O objetivo inicial da operação, cujo nome homenageia Frederico Barbarossa, líder germânico do século XII, era uma rápida tomada da parte europeia da União Soviética. Hitler desejava ocupar Moscou em dois, três meses: era a chamada blitzkrieg ou guerra-relâmpago, com grande concentração de homens e recursos, em um só ponto, deslocamento rápido e apoio da força aérea. Depois dos primeiros êxitos – mais de 600 quilômetros conquistados em três semanas – Hitler exigiu do comando militar a tomada de Moscou, encerrando o ataque à URSS em outubro, mas não contava com a forte resistência soviética e a chegada, antes do tempo, do inverno, o mais rigoroso em décadas. O General Inverno atingia em cheio, pela segunda vez na História, um grande exército invasor: a primeira foi em 1812, minando as tropas da França de Napoleão. Equipados com seus uniformes leves, inadequados para as baixíssimas temperaturas, a Wehrmacht não resistiu. Moscou não foi tomada e os alemães, que haviam chegado a apenas 80 quilômetros da capital, foram empurrados ao ponto de partida do seu ataque.
Fontes: Acervo O GLOBO | MASSON, Philippe. “A guerra torna-se mundial”. In: MASSON, Philippe. A Segunda Guerra Mundial: história e estratégias. Editora Contexto.
Imagem: Uma animação que retrata as seis linhas de ataque dos nazistas que compunham a Operação Barbarossa em 22 de junho de 1941.