Em janeiro de 2022, a primeira edição deste livro,100 textos de História Antiga completa 50 anos. Embora a editora que o publicou inicialmente não exista mais, o livro continua existindo. As edições seguintes foram publicadas pela Editora Global, em uma coleção chamada “Bases”. Bases do pensamento socialista, segundo o editor. Eram títulos de autoria de Marx, Engels, Lenin, Trotsky, Kautsky e tantos outros. Um Pinsky parecia casar perfeitamente com os demais, ou pelo menos rimar com os outros autores… Finalmente, na Editora Contexto desde 1988, estes 100 textos de História Antiga integram a coleção “Textos e documentos”. E é pela Contexto que o livro tem saído, em sucessivas reimpressões.
Durante este meio século, em nenhum momento o livro ficou fora de circulação. Continua a ser utilizado em cursos de História Antiga, na universidade e no ensino médio. Circula também entre professores e alunos de Ciências Sociais, de Direito e mesmo de Línguas Clássicas. Continua a ser lido e citado como obra de referência, estudo e cultura geral. Não só essa longevidade é incomum. Também não é frequente o fato de o próprio autor, em plena atividade intelectual e editorial, constatar a longa vida de sua obra e registrá-la em uma edição especial comemorativa, meio século após a primeira.
Esta edição terá apenas mil exemplares. Capa nova, introdução nova, papel especial. Afinal, comemorar o aniversário de 50 anos de um livro vivo, ainda útil, procurado e lido, não é algo que acontece todos os dias…
Quando este livro foi concebido, no início dos anos 1970, eu trabalhava na Faculdade de Filosofia de Assis, hoje pertencente à Unesp. É importante reconhecer que a obra não teria sido viável se não houvesse lá, à época, um ambiente acadêmico de estudo, assim como um grau de liberdade e de responsabilidade intelectuais pouco comuns entre nós, no Brasil. Trabalhávamos em condições muito boas, o salário era compatível, tínhamos uma boa biblioteca e verba para a compra de livros. A pesquisa era estimulada. O espaço de trabalho era favorável ao contato interdisciplinar, até porque era constante a presença dos professores no campus universitário. Assim, desenvolvíamos interesse nos trabalhos de colegas, mesmo de professores com os quais não tínhamos tanta relação pessoal. Éramos respeitados por alunos e considerados pelos moradores da cidade.
Quando me dei conta da necessidade de produzir este livro, contei com o apoio de um grupo de professores e alunos, tanto em trabalhos técnicos, quanto em decisões sobre a grafia de nomes e conceitos, particularmente da língua grega, com a qual eu tinha menos familiaridade. Mas, mesmo quando se tratava do latim e do hebraico (línguas das quais eu era mais próximo), considerei prudente cotejar meu entendimento com especialistas que davam aula na mesma faculdade. E eles, que cito nominalmente adiante, nunca me negaram sua colaboração.
A ideia de fazer estes 100 textos de História Antiga surgiu para atender professores que constatavam a importância de se trabalhar com transcrições de documentos históricos para a pesquisa e o ensino sobre a Antiguidade. No entanto, muitas vezes esses professores se deparavam com um problema prosaico, porém concreto: a quase inexistência de textos em suas bibliotecas e/ou – problema lamentável, porém real – a dificuldade de os alunos lerem esses textos nas línguas originais ou em traduções para o francês ou o inglês. Depois do surgimento do livro com nada menos de 100 textos à disposição, o ensino de História Antiga em nosso país pôde subir de patamar.
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Estamos diante de uma publicação excepcional. O livro de textos se apresenta com primordial importância para aqueles que não podem ter acesso às edições originais. Mas para bem cumprir essa missão, ele deve ser organizado com muito critério e, principalmente, com um máximo de objetividade. A obra 100 textos de História Antiga pode ser classificada de primorosa. Os textos foram agrupados por assuntos, dos mais variados e interessantes, além de permitirem uma visão da Antiguidade sob seus múltiplos aspectos. Os “100 textos” foram retirados das fontes mais diversas da Antiguidade e permitem que se tenha uma visão ampla dos problemas que sempre preocuparam o homem. – Paulo Roberto Moser, na Revista de História
Jaime Pinsky, fundador da Editora Contexto, é professor titular concursado da Unicamp. Doutor e livre-docente pela USP. É autor, coautor e organizador de mais de 30 livros, inclusive Escravidão no Brasil, As primeiras civilizações e História da cidadania. Fez palestras nas principais universidades brasileiras e nos EUA, México, Cuba, Porto Rico, França e Israel. Escreve regularmente no Correio Braziliense e, eventualmente, em outros jornais e revistas.